A Operação Dose Dupla mobilizou nesta quarta-feira (16/08) 2.600 soldados do Exército e da Marinha e cerca de 550 policiais estaduais para combater o tráfico de drogas em Niterói. Militares desfilaram com carros blindados até pela Rua Gavião Peixoto, em Icaraí, e bloquearam o trânsito em vários pontos da cidade, mas a operação acabou resultando, mais uma vez, em um oneroso marketing produzido pelo Planalto, em que políticos locais buscaram pegar uma carona, como fez no início da noite o prefeito de Niterói.
A megaoperação conjunta das Forças Armadas com as polícias civil e militar realizada desde as primeiras horas da manhã em comunidades de Norte a Sul de Niterói resultou no cumprimento de dezoito mandados de prisão (cinco já estavam presos), de um total de 26 criminosos procurados e apreendeu três adolescentes. Houve uma troca de tiros em Ititioca, sendo um militar atingido sem gravidade na mão. Não foi apreendida nenhuma arma, apenas oito carregadores de fuzil, dois coletes à prova de bala e um quilo de maconha prensada, além de oito carros.
No início da noite, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, pegou carona na presença das tropas federais na cidade, postando na página da prefeitura, no Facebook, um vídeo de quase seis minutos para dizer que apoiava a “operação integrada e necessária das Forças Armadas”, assim como disse que ajuda as polícias civil e militar. Pediu desculpas pelo transtorno da operação aos moradores das comunidades atingidas depois de dizer que acompanhou pessoalmente toda a ação.
Dentre os p
Essa operação foi a segunda realizada desde que a chegada das Forças Armadas no Rio. Na primeira, em 5 de agosto, o foco era o roubo de cargas. Foram feitas 15 prisões e apreendidas apenas três pistolas e duas granadas no complexo do Lins. Apesar do resultado aquém do esperado, a operação foi considerada “razoável” pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann.
Por outro lado, o único abrigo da prefeitura de Niterói para adolescentes de 12 a 17 anos em situação de risco — a Casa de Acolhimento Paulo Freire, instalada no Barreto — foi interditado na terça-feira (15/08) pela juíza Rhohemara Marques, do Juizado da Infância e da Juventude, por estar em péssimas condições de funcionamento.
A magistrada acatou a denúncia da promotora Maria Elisabeth Antunes, segundo a qual o abrigo não possui boas condições de higiene nem instalações adequadas.
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