Em sua coluna no jornal Diz, Fernando Mello escreveu que Itacoatiara se tornou uma praia invisível. A restinga virou um matagal que impede as pessoas de contemplarem a praia da calçada (leia em o artigo clicando aqui). Ele tem razão. Por mais estranho que seja o ser humano faz parte da natureza e tem o direito de contemplá-la.
Moradores denunciam que além do mato alto a restinga se transformou em abrigo de bandidos, ratos e até tráfico de drogas, especialmente na primavera e verão quando o bairro é invadido por gente de todas as cidades. Por falta de cuidado ou por mera incompetência a vegetação deveria ser quase rasteira. “Acontece de tudo por lá. Dá medo passar pelas trilhas”, conta uma moradora que escreveu aqui para o site, completando: “Tenho saudade dos tempos de paz, quando nós, amigos, sentávamos na areia de Itacoatiara a noite para bater papo. Hoje isso é impossível e essa muralha de mato aumenta ainda mais a nossa insegurança”.
Esta semana, um morador antigo do bairro entrou em contato com a Coluna e escreveu essa mensagem:
“Luiz Antonio Mello, acompanho o seu trabalho, tanto musical, quanto jornalístico, desde uma reportagem que você fez para o Jornal do Brasil, no Pok Tennis de Itacoatiara, acompanhado de seu amigo Abdo Seba.
Somos amantes de Niterói, de suas belas praias e da forma como a cidade recebe os amigos, turistas brasileiros e estrangeiros.
Hoje, infelizmente, estamos entregues à bandidagem! Acabaram com o chopinho amigo, a conversa informal nas calçadas e começou um verdadeiro toque de recolher apos as 20 horas em toda a cidade ! Triste, muito triste. Quanto a praia de Itacoatiara, reduto de alto astral, confraternização e uma reserva exuberante natural, estamos lutando há tempos para que se apare a altura da restinga, que coloca em risco quem está na areia e quem está na rua, querendo admirar sua beleza. Já tentamos de todas as formas, acionar a Associação, falar com o Inea e nada! Vergonha total.
Provavelmente, estão esperando uma manchete nas paginas policiais para tomarem providências.
Grande abraço, sucesso frequente em seu trabalho.
Carlos Eduardo Menezes – Itacoatiara”
O leitor usou a expressão certa; “aparar”. É disso que estamos falando. Não de devastar a restinga que é natural daquela região e que foi muito valiosa também para o cientista Vital Brazil. O genial fundador do Butantan, em São Paulo, e do Instituto que leva o seu nome, aqui em Niterói, fez grandes experimentos com cobras, escorpiões e aranhas na área de Itacoatiara e Itaipu, que o Governo do Estado deixou sob sua responsabilidade nos anos 1920/30.
Completamente deserta nessa época, a área serviu para que Vital Brazil e outros cientistas soltassem exemplares de espécies peçonhentas para monitorá-las, especialmente nas restingas. Desenvolveu materiais de informação, especialmente voltados para a população do campo, sobre como se proteger das cobras e outros animais peçonhentos. Criou uma caixa de madeira, barata e segura, para que os fazendeiros pudessem capturar as cobras; firmou convênios com as estradas de ferro, para transportá-las, pois eram essenciais à fabricação do soro. As picadas de aranhas venenosas, escorpião e lacraias deram origem a novos soros.
Um patrimônio que merece respeito, cuidado e não desleixo.
Bando de ignorantes e egoístas. Achando que restinga faz parte de seu jardim…lamentável.
Então pessoal! Harmonizar a restinga de Itacoatiara, seria fundamental, para dar exemplos de cidadania, civilidade e conforto aqueles que frequentam e não tem no mínimo, um banco para se sentarem e contemplarem o visual lindo que é essa praia ou até mesmo, lerem um livro. Nasci e sou criado na área e na Região Oceânica.Vi crescer as favelas que imperam o tráfico e a bandidagem, pasmem, aos olhos dos que condenam a possibilidade de urbanizar as praias de modo humano e necessário ao público e pelo menos de ter banheiros ao público. Nessas áreas de favelas também existiam árvores, fauna e flora e hoje o que se vê é justamente ao contrário do que prevê a Lei e seus Códigos Ambientais e quem deixou essa expansão surgir? Não foram presos, fizeram vista grossa e hoje colhemos os frutos que nos foram impostos. O visual é péssimo em frente ao Multicenter e aos arredores das encostas. Um perigo a sociedade que tanto colabora e não se tem retorno algum. Isso sim é uma esculhambação na Região Oceânica onde todos se escondem para reclamar. Certos acertos para urbanizar a restinga, não trariam mal algum a ela. Penso assim: Já que o mato cresceu e não dá para ver nada a sua frente como a praia, faríamos um Deck em madeira removível e bem alicerçado, avançando apenas a essa restinga a sua frete 5 metros por 5 metros de largura ao nível do patamar da calçada, gerando assim um pé direito razoável para abaixo dele serem instalados banheiros químicos com coleta e nessa área apenas que seria de 25,00 m², criar ambiente de apreciação, deixando assim uma incrível vista para aqueles que contemplam e gostam de Itacoatiara no seu todo e para os idosos, um conforto imensurável. Esses espaços seriam distantes uns dos outros 250 metros. Acolho a redação e concordo com ela, apenas sugiro o desconforto desnecessário a todos e o que diz a Lei: “Mais especificamente no Brasil, a restinga pode ser definida como um terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de plantas herbáceas características. Ou ainda, de acordo com a resolução 07 de 23 de julho de 1996 da CONAMA, “entende-se por vegetação de restinga o conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha. Estas comunidades, distribuídas em mosaico, ocorrem em áreas de grande diversidade ecológica sendo consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do solo que do clima”.”
As restingas se distribuem geograficamente ao longo do litoral brasileiro, em pontos específicos na extensão de mais de 5000 km, não ocorrendo de forma contínua. As principais formações ocorrem no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Alagoas, Sergipe e Bahia. Um exemplo é a Restinga da Marambaia, no litoral do Rio de Janeiro.
Para conter a degradação destas áreas geográficas, que são as restingas, garantindo, especialmente, que estas possam continuar exercendo sua importante função ambiental de fixadoras de dunas e estabilizadoras de manguezais, o Código Florestal brasileiro (Lei 12.651, de 25 de maio de 2012) enquadra as áreas das restingas como Áreas de Preservação Permanente – APP, não podendo as mesmas serem devastadas e ocupadas, conforme inciso VI do art.4º e 7º da Lei. A Resolução Conama 303, de 20 de março de 2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de APP, estabelece que constitui APP a área situada nas restingas: em faixa mínima de 300 m, medidos a partir da linha de preamar máxima; ou em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues.´´
Há controvérsias a respeito e distinção sobre o tema. Não se trata de invasão ou depredação e sim de harmonização com a natureza. Esse é meu ponto de vista e quem não concordar, não posso fazer nada, esse é meu ponto de vista. Desculpem
A vegetação é linda. Tomara que não mexam e ela cresça mais. Devem estar com medo dos “pobres” de outras cidades.
Prezados Luiz Antonio e Gilson, bom dia.
Explanação perfeita e cristalina do que acontece na praia de Itacoatiara !
Não é possivel que governantes, associações, políticos de forma geral, que usam a praia como um dos grandes patrimonios da cidade, servindo como “biombo” de suas articulações, não façam na prática o que deveriam fazer !
Não dá para entender !
Quem sabe, Mathias Sandri, volta em espírito e corrige o que estão fazendo com sua criação.