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Interesses políticos emergem na onda do catamarã subsidiado por Niterói

Escrito por Gilson Monteiro às 11:30 do dia 11 de março de 2025
Sobre: Quem paga?
  • Washington Reis
11mar
Washington Reis diz que redução da tarifa do catamarã se deve à parceria com Cláudio Castro / Reprodução da TV

A redução da tarifa do catamarã Charitas-Praça XV, de R$ 21 para R$ 7,70, já faz emergir interesses políticos por trás da medida. Primeiro o prefeito Rodrigo Neves anunciou supostos benefícios para a cidade com um “investimento” de R$ 20 milhões no pagamento do subsídio. Agora a mudança está sendo amplamente divulgada em propaganda do MDB, veiculada em emissoras de rádio e TV, pelo presidente do partido e Secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Washington Reis.

O ex-prefeito de Duque de Caxias destacou, em tom enfático, que a redução foi possível graças à parceria com o governador Cláudio Castro. “O MDB está fazendo um grande trabalho à frente da Secretaria de Transportes. Filie-se ao MDB, o partido que mais cresce no Brasil”, afirmou ele, reforçando o papel do partido na iniciativa.

Porém, quem está pagando pela benesse é o contribuinte de Niterói. Por isso, o prefeito Rodrigo Neves precisa vir a público explicar qual é papel da Prefeitura nessa subvenção tarifária, já que vai entrar com R$ 20 milhões para cobrir a diferença das passagens nos próximos dez meses.

Dos cofres de Niterói vão sair R$ 2 milhões por mês, que darão para subsidiar mais de 150 mil passagens de ida e volta. No entanto, até o momento não veio a público o contrato que Niterói teria firmado com o governo estadual. Não se sabe se haverá uma conta corrente para controlar o dispêndio dos subsídios.

Falta de estudos

Na segunda-feira (10), uma audiência pública debateu o projeto de lei 48/2025, pelo qual a Câmara autoriza o Poder Executivo a abrir crédito especial no valor de R$ 20 milhões, a ser usado como subsídio para integração tarifária do catamarã Charitas-Praça Quinze.

Câmera da Nittrans mostra avenida Roberto Silveira congestionada como sempre, na manhã desta terça-feira (11) / Reprodução da internet

Rebatendo as alegações do governo, de que a redução da tarifa vai garantir mais mobilidade urbana, reduzindo o tráfego de veículos em direção a Ponte Rio-Niterói, foi criticada a falta de estudos que embasassem essa premissa.

Segundo alguns oradores da audiência pública de ontem, os ônibus que vêm da Região Oceânica, via túnel do Cafubá, continuam circulando de 40 em 40 minutos, em horários que nem sempre coincidem com a saída do catamarã da estação de Charitas.

O trânsito em direção à Ponte Rio-Niterói continua pesado nas principais vias de acesso, como mostraram as câmeras da Nittrans nesta manhã, por volta das 8h30m.

Ninguém é contra a redução dos preços das passagens, mas já que, no final o dinheiro vai sair do bolso do contribuinte niteroiense, o que se exige de um governante é a transparência. A população exige dados claros que demonstrem os benefícios concretos da medida para os passageiros e para a sociedade como um todo.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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3 thoughts on “Interesses políticos emergem na onda do catamarã subsidiado por Niterói

  1. Novamente nós os pagadores de impostos dessa cidade somos usurpados sem nenhuma claresa e nosso dinheiro vira literalmente moeda política dessa turma da antiga politica feia e obscura esse Washington Reis é o supra sumo da pior espécie politica , dava vacina no meio da rua pra aparecer brincando com a saude do povo e o Rodrigo Neves faz campanha pro Governador , subsídio pra que ? Nunca teve razão de ter uma passagem 3 vezes mais cara .

  2. Reduzir o valor da tarifa é bem-vindo, no entanto é necessário saber exatamente o custo e a forma dessa operação. Transparência é necessária

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