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Verde é trocado por cimento e pedras em Charitas, bairro nobre de Niterói

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Árvores estão com as raízes cimentadas na Rua Madre Maria Victória, em Charitas

O verde está sendo trocado por cimento e pedras em Charitas, na Zona Sul de Niterói. A consciência ambiental passa longe de alguns síndicos, comerciantes, órgãos da Prefeitura e até de uma igreja instalada em frente à praia. Parecem não gostar de flores e plantas nesse bairro onde os moradores pagam um dos IPTU mais caros da cidade.

Na Rua Madre Maria Victória, um ponto bucólico onde músicos da orquestra da Grota se apresentam no café da manhã de sábados e domingos na Padaria Toscana, o condomínio do edifício Office Charitas trocou uma cerca viva por um piso de concreto. O local é ponto de encontro de remadores, ciclistas, escritores e moradores, principalmente nos fins de semana.

A igreja ADVEC, do pastor Silas Malafaia, está seguindo o mesmo rumo. A faixa de terra destinada ao jardim, no entorno do Casarão (prédio tombado pelo IPHAN), está dando lugar a pedras portuguesas, deixando o ambiente mais árido do que já estava.

O canteiro central da Avenida Sílvio Picanço também perdeu o verde com a construção pela prefeitura de Niterói de uma ciclovia com piso de concreto. A grama foi jogada ao lado, onde não vai sobreviver sobre pó de pedra.

Ali árvores não crescem por causa do teto de concreto da garagem subterrânea que quase ninguém usa. A construção impermeabilizou o solo da Avenida Sílvio Picanço provocando inundações. O alagamento só foi corrigido em parte há pouco tempo, com obras de drenagem que custaram R$ 6 milhões.

Ainda na Silvio Picanço, o pomar ao lado da garagem está cheio de plantas exóticas e sofre com as boladas das peladas no campinho de futebol que foi aberto ao lado a pedido de um vereador.

No miolo do bairro, os moradores reclamam da Enel e da Prefeitura, que não chegam a um acordo sobre a poda técnica e preventiva das árvores que envolvem a rede elétrica. Reclamam a substituição das amendoeiras, não recomendadas para o plantio em calçadas, por espécies da Mata Atlântica que não atinjam a rede elétrica. Esta, na verdade, deveria ser subterrânea para não prejudicar o meio ambiente.

– A gestão das cidades exige um grande empenho da administração pública para o enfrentamento dos conflitos socioambientais urbanos, que não são poucos. Mas infelizmente, o capital imobiliário e as corporações políticas – como o são atualmente as igrejas neopentecostais – conseguem impor seus interesses em detrimento da coletividade, causando grande diversidade de impactos negativos – afirma o advogado Rogério Rocco, presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB Niterói.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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