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Veja o que as baianas têm no Campo de São Bento, em Niterói

Escrito por Gilson Monteiro às 14:32 do dia 1 de abril de 2022
Sobre: Da terra de Caymmi
  • Claudia e Cida
01abr
Claudia e Cida
Claudia (de saia vermelha) e Cida estão com seus tabuleiros lado a lado, em Icaraí

A ideia da Prefeitura de Niterói ao criar, na semana passada, o “Canto da Bahia”, no Campo de São Bento, juntando duas tradicionais baianas, Iracilda Diniz (Cida) e Claudia Pitton, tem tudo para não dar certo.  Como diz o velho ditado, “amigos, amigos, negócios à parte”, as duas guerreiras da terra de irmã Dulce, Dorival Caymmi e Jorge Amado, que alegram Niterói com seus quitutes, preferem continuar separadas como antes, cada uma em seu canto na maior área verde da Zona Sul da ex-capital fluminense.

No tabuleiro das conterrâneas, o cardápio é semelhante. Ambos oferecem o melhor da famosa comida típica como o acarajé, bolinho de estudante, vatapá e caruru, além de doces tradicionais como cuscuz, tapioca, cocada, bolo de aipim e pé de moleque.

O último fim de semana teve momentos de constrangimento com a presença de amigos das duas baianas que demoravam a fazer a opção por uma das barracas. Um casal safo não titubeou, a mulher foi comer o acarajé numa barraca e o marido na outra.

Em rápidas pinceladas, conheça o perfil vitorioso dessas mulheres que realizam um trabalho artesanal com os quitutes baianos. Cida, uma mulher porreta, deixou a Bahia para trabalhar na Feira do Nordeste, em São Cristóvão, no Rio. Há mais de 30 anos aterrizou no Campo de São Bento com seu tabuleiro, de onde nunca mais saiu.

Quando a novela fala da terra de Caetano e Gil, a Globo chama Cida para assinar o cardápio. Ela fez também curso de aperfeiçoamento da cozinha brasileira no Senac do Rio e de Salvador, mas diz que usa mesmo as receitas secretas da avó.

Claudia, também uma mulher batalhadora, come acarajé desde os dois anos preparado pela avó e pela mãe. Trouxe a receita e as dicas da família de Salvador para Niterói, onde tempos depois montou sua barraca no Campo de São Bento conquistando uma freguesia cativa. Tem clientes globais como Regina Casé, que manda o motorista atravessar a ponte para pegar os pratos da culinária baiana com sua amiga em Niterói.

Pessoas como Cida e Claudia são as que trazem uma bonita história de vida a Niterói, realizando um trabalho que serve de exemplo para muita gente. Merecem ser prestigiadas e reconhecidas pelas autoridades da terra de Arariboia. Muito axé para Cida e Claudia.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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7 thoughts on “Veja o que as baianas têm no Campo de São Bento, em Niterói

  1. Achei excelente a ideia de trabalharem em espaço próximo pois ambas têm muitos clientes e não existe constrangimento com o alto astral delas. Seremos beneficiados com atendimento mais ágil e alternado , apenas com atenção na balança. Muito sucesso para Cida e Cláudia.

  2. São esses exemplos de trabalho e garra que a gente deve divulgar aos quatro ventos.
    Precisamos de bons exemplos para serem seguidos pelos mais jovens!
    Parabéns às duas baianas que preparam os quitutes tradicionais da sua terra natal para oferecer aos niteroienses.

  3. SÉRIO? Que chato e constrangedor! Eu amo o acarajé das duas e nem vou mais lá enquanto estiver assim. Vou morrer de vontade de comer acarajé e não saberei a quem escolher. Sinceramente essa notícia me deixou triste. Não tem outro lugar pra colocar uma das duas? Tem que ser no mesmo espaço? A não ser que cada baiana me venda a metade do acarajé e aí completa um inteiro e cada uma leva a metade da minha grana. BOLA FORA pra quem tomou essa decisão sem consultar quem consome no campo de São Bento.

  4. DECRETO Nº 26.804 DE 01 DE DEZEMBRO DE 2015

    DISPÕE SOBRE A LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO COMÉRCIO INFORMAL EXERCIDO PELAS BAIANAS E BAIANOS DO ACARAJÉ E DO MINGAU EM LOGRADOUROS PÚBLICOS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

    O PREFEITO MUNICIPAL DO SALVADOR, CAPITAL DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições que lhe são conferidas pela legislação em vigor, considerando:

    A tipicidade deste comércio informal exercido pelas baianas e baianos do acarajé e do mingau, que constitui importante ícone da Cultura Brasileira;

    A partir da publicação deste Decreto, deverá ser observada a distância mínima de 50m (cinquenta metros) entre os licenciados para a exploração da atividade de que trata este Decreto.

    *sei que estamos em Niterói mas não custa copiar o que dá certo em outras cidades né?

  5. São duas baianas muito queridas e merecem cada uma um lugar de destaque. Essa ideia de canto da Bahia não ficou bonito e nada saudável para elas e nem para os clientes. Criou-se um clima de adversidade desnecessário. Nós que trabalhamos na linha de frente nas feiras é que sabemos o que é bom ou não para o nosso negocio, afinal ninguém está ali para passar o tempo, pelo contrário.

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