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Salão Líder fecha as portas guardando meio século de tradição em Niterói

Escrito por Gilson Monteiro às 12:00 do dia 1 de outubro de 2020
Sobre: Pendurou a navalha
  • Salão Líder
01out

Salão LíderO Salão Líder fechou mais um capítulo da história do Centro de Niterói. Com a crise financeira, a barbearia ia mal das pernas e acabou não resistindo ao coronavirus que vem matando muita gente e levando empresas a falência. A loja que ocupava na Avenida Amaral Peixoto ainda ostenta o letreiro e um painel com foto de sua primeira equipe, além da placa de “aluga-se”.

Primeira equipe do Salão LíderNa década de 60, quando Niterói era capital fluminense, os homens mais vaidosos tinham o hábito de fazer a barba, cabelo e bigode no Salão Líder. Havia também os que mandavam passar uma tintura no cabelo e esmalte incolor nas unhas das mãos.

Naquela época existiam dois salões masculinos que ofereciam esse serviço completo feito por profissionais especializados. Eram o Líder e o Sul América. Este fechou há muito tempo. Ficavam na Rua José Clemente, de onde o Líder se mudou para a Avenida Amaral Peixoto.

A velha província fervilhava de gente. Niterói era a sede do governo estadual, da Assembleia Legislativa, Tribunais de Justiça e de Contas e secretarias estaduais. Prefeitos e empresários que visitavam a capital aproveitavam para aparar o cabelo, a barba ou dar um trato nas unhas. Deputados, magistrados e gente da sociedade eram ssíduos frequentadores.

No final da década de 60 surgiu a figura do cabelereiro masculino. Adib Rachid, que fazia sucesso com seu salão no Edifício Avenida Central, no Rio, abriu uma filial na Pereira da Silva, em Icaraí, e depois na Galeria Paz, no Centro, formando uma geração de profissionais de cabelo masculino, muitos ainda em atividade.

No mundo moderno, o nome agora é Barber Shop (já tem muitos na cidade, principalmente na Zona Sul). O diferencial é que além de barba, cabelo e bigode bem feitos, oferecem aos clientes cervejas importadas, uísque e champanhe, que antes era privilégio nos salões femininos.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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4 thoughts on “Salão Líder fecha as portas guardando meio século de tradição em Niterói

  1. Além de excelente tratamento , com direito a toalha quente antes da barba , era sobre tudo nas sextas feiras a tarde , um ponto de encontro dos amigos e fiéis clientes como o médico clinico meu xará Dr Manoel Almeida , meu compadre médico pediatra Geraldo Rolemberg e tantos outros !!! Meu profissional era o Manoel na segunda cadeira , excelente pessoa e ótimo papo !!!

  2. Eu conheci um dos donos chamava-se Jorge e que aprendeu a profissão com Francisco meu pai e que tinha um salão na rua Dr. March bairro colodino dona Zizinha. ano de 1953.

  3. O meu pai trabalhou lá por mais de trinta anos, no número 370 esquina com a rua Barão do Amazonas, ele se chamava Celio, já falecido. Eu nasci e cresci no Líder. É uma pena…

  4. Triste, três gerações da minha família cortaram cabelo , saudades do Costinha, grande amigo, que Deus o tenha…..

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