Leitores indignados entraram em contato para reclamar da fúria da poluição sonora em Niterói, que só aumenta.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde o volume máximo suportável pelo ser humano é de 50 decibéis. Em Niterói, 50 decibéis são pinto diante das atrocidades sonoras que perturbam a vida da população, 24 horas por dia.
Quarta-feira eu vi. Um idoso na avenida Rui Barbosa, em São Francisco, largou a bolsa de supermercado no chão para tampar os ouvidos. Uma motocicleta sem silencioso voava pela avenida despejando dezenas e dezenas de decibéis, conduzida por um entregador.
Mas não são só motos pequenas e barulhentas que infestam a cidade. Muitos motoqueiros que conduzem modelos caros de grande porte também decidiram tirar o silencioso. O efeito é de uma bomba quando o bólido passa, achando que está na Rota 66 quando, na verdade, cruza a rua Moreira César em Icaraí. De preferência de madrugada, quando a população tenta dormir. A medicina afirma que em breve eles, motoqueiros, vão perder a audição, mas arrastar a população junto é covardia.
Acima dos 50 decibéis estão também aqueles senhores que, a bordo de kombis, gritam no alto falante que compram ar condicionado velho, máquina de lavar velha, tudo velho. Na outra ponta, mais agressivos, vendedores de ovos, de frutas e tudo mais. Há quem diga “coitados, estão tentando sobreviver”, mas poderiam fazer a mesma coisa com um volume mais suportável.
Em Icaraí, ônibus de grande porte trafegam em vias estreitas como a rua Tavares de Macedo, despejando o som, em alto volume, do ar condicionado, capaz de incomodar cidadão até no décimo andar. Isso sem falar do som dos bailes, das festas, que querem que os vizinhos se danem.
São exemplos de falta de educação radical e explícita, mas acima de tudo, demonstram um sistema de fiscalização anêmico, inócuo, lastimavelmente inexistente. Ou seja, quando o sujeito corta o silencioso de seu carro ou moto para transtornar a vida da população na Praia de Icaraí faz porque deixam fazer. Ponto.
Conhecida como “a rua mais engarrafada do Brasil”, a Álvares de Azevedo de vez em quando recebe um guarda que fica no cruzamento com Gavião Peixoto. O guarda só faz o que o sinal manda, logo o trânsito não anda porque aquele sinal, velho, carcomido, abre 30 segundos para a Alvares e quase 2 minutos para a Gavião. Mais: de vez em quando o guarda apita alto, sempre obedecendo o sinal e aí, além de não resolver o caos no trânsito, ele acrescenta uma cisterna de poluição sonora na já neurótica vida dos habitantes.
Aos leitores que perguntam onde e como reclamar, respondo humildemente que não sei. Não sei qual das dezenas de órgãos municipais cuida da poluição sonora na cidade. Como consolação, seguem os contatos da Coordenação Geral de Comunicação que, em tese, faz a ponte entre a prefeitura e os contribuintes. Telefone 2613-2933, e-mail ascomprefeituraniteroi@gmail.com
Durma-se com um barulho desses.
Estou há algum tempo pensando como fazer para denunciar formalmente junto ao órgão competente da Prefeitura Municipal de Niterói, com relação à todos os motivos constantes da perfeita nota publicada na sua Coluna.
O meu pedido seria em função das seguintes irregularidades:
Quanto ao excesso de barulho produzido por qualquer tipo de veículo automotor.
Qual a possibilidade de ser feita uma lei que discipline tal situação.
Incluindo como poluição sonora a sirene das ambulâncias, carros do Corpo de Bombeiros, quando sem a menor necessidade são ligadas, como também, a coleta deliciosa e a limpeza das ruas que são feitas de madrugada.
Quanto a venda de ovos feita com carros chamados de pesseio, deveria ser feita a vistoria para verificar toda a documentação junto ao DETRAN.
Saber se pode ser usado esse tipo de veículo que é adaptado para essa finalidade com instalação de aparelhagem sonora usada em desconformidade com as leis vigentes, perturbando o sossego das pessoas com alguma enfermidade, bebês e crianças de pouca idade, pessoas que trabalham em horário noturno e pessoas que por qualquer motivo precisão descansar.
Quanto aos ovos que são vendidos por preços abaixo do valor cobrado nos estabelecimentos registrados legalmente e, por esse motivo, têm que pagar os impostos que são cobrados pelos órgãos competentes, com isso passa há haver uma concorrência desleal.
Continuando com as vendas dos ovos, que considero ilegal, até prova em contrário, deveria ser feita a vistoria para verificar a procedência desses ovos, uma vez que tudo que oferece muitas vantagens, nos dias de hoje, deixam desconfiança e dúvidas quanto à sua ilegalidade.
Esses são os meus entendimentos quanto aos assuntos abordados, que espero e confio que com a força do seu poder de comunicação surta algum resultado positivo nos livrando dos incômodos e dos procedimentos ilegais.
Um grande abraço e fique com a paz do SENHOR. AMÉM!
Em tese, a Secretaria de Meio-ambiente é o órgão da Prefeitura responsável por essas políticas e pelo controle. Ocorre que, dada a inoperância e incompetência do nosso poder público, aliada à má-vontade clássica dos funcionários públicos (a propósito, li um comentário de um leitor deste blog, em outro artigo, apelando para que os “funcionários públicos sejam tratados com mais respeito, pois trabalham muito duro” – imaginem se não trabalhassem, né?) tornam a reclamação da poluição sonora quase que um exercício de futilidade. Eu já comentei em vários outros artigos anteriores desta coluna: tudo ao nosso redor faz barulho: não é apenas o fiscal de trânsito na Alvares de Azevedo que inferniza a vida de todos, mas sim TODOS eles, espalhados como pragas pela cidade, fazendo nada além de assoprar o apito e agitar os bracinhos – para que existem os semáforos, então? As sinaleiras de garagem dos prédios da cidade são crimes ambientais, além de ser uma demonstração de total desprezo pelas pessoas. Alguns dos nossos ônibus municipais, principalmente aqueles com ar-condicionado, são escandalosos, e azar de quem, como eu, tem logo abaixo da janela do seu quarto uma parada de ônibus. O excesso de barulho provoca hiperatividade do cérebro, portanto não o permite relaxar. Os efeitos são terríveis, mas “invisíveis”: estamos irritadíssimos e mentalmente exaustos, e nem sabemos por quê. Em tempo, pergunta para reflexão: funcionários públicos têm má-vontade porque o poder público é inoperante, ou o poder público é inoperante porque os funcionários têm má-vontade? Fico com a segunda alternativa. Alguém discorda?
Aqui em Itacoatiara tem também aqueles banhistas que chegam com seus carros com som altíssimo que, por adorarem a música(?) que escutam, botam as caixas de som viradas para a rua, brindando a todos nós moradores e nossos cachorros com aqueles funks horrorosos.