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‘Ouça o doutor’, alertava campanha contra remédio milagroso nos anos 50

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“Perca um minuto na vida, mas não perca a vida num minuto” dizia um dos cartazes com alertas aos passageiros das barcas Rio-Niterói. Era ilustrado pelo traço de Luiz Sá, autor de Reco-Reco, Bolão e Azeitona. Quem tem mais de 60 anos lembra. O aviso das barcas, hoje com tráfego restrito somente a profissionais com livre locomoção, segundo decreto do estado de emergência, vem bem a propósito da situação que vivemos diante da pandemia do Covid-19.

O isolamento social, criticado por alguns por causar prejuízos financeiros, é que vai nos permitir, segundo a Organização Mundial de Saúde, um melhor enfrentamento da doença. Perderemos, então, semanas na vida, para não perder a vida em semanas.

Luiz Sá, cearense nascido em 1907, em Fortaleza, migrou aos 21 anos para o Rio trazendo sua criatividade. Nos últimos anos de sua vida morou em São Gonçalo, depois de contrair uma tuberculose. Nesta fase, fez mais de 50 desenhos ilustrando informativos de saúde produzidos para o Hospital Heitor Carrilho.

Além dos cartazes educativos das barcas Rio-Niterói, ele produzia charges para o Jornal da Tela, noticiário que a rede Luiz Severiano Ribeiro exibia antes de cada sessão de cinema. Fez também histórias em quadrinhos para ilustrar almanaques do Serviço Nacional de Educação Sanitária.Num desses almanaques, os personagens de Luiz Sá advertem o leitor para o “canto da sereia”, daqueles que prometem remédio milagroso para curar todas as doenças. Essa história remete-nos aos dias atuais, quando algumas autoridades anunciam (sem base científica alguma) o uso da hidroxicloroquina para o enfrentamento do coronavirus.

Como em 1956, época dessa ilustração que exortava o leitor a ouvir somente o doutor, e não acreditar em um tal remédio atômico, o alerta continua válido. Vamos ouvir o doutor Mandetta e outros tantos médicos que estão dando tudo de si para ajudar o brasileiro a sair dessa encrenca.

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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