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Ônibus troca itinerário à noite para evitar assaltantes na Niterói-Manilha

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Como no Velho Oeste, onde as diligências mudavam de rota para fugir do ataque de bandoleiros, o motorista do ônibus da Viação 1001 que partiu de Niterói, quarta-feira (20/10), às 20h, com destino a Macaé, no Norte do RJ, mudou o itinerário. Informou aos passageiros que mudaria o percurso para evitar “possíveis ataques do movimento”, disse referindo-se aos bandidos que fazem arrastões no trecho da BR-101 conhecido como Niterói Manilha, que cruza São Gonçalo e Itaboraí.

Com a concordância silenciosa dos passageiros, seguiu pela Alameda São Boaventura, no Fonseca, passando por Tribobó e Alcântara até retomar o percurso da linha Niterói-Macaé pela rodovia Mário Covas (BR-101) já em Itaboraí.

Os assaltos e arrastões se repetem há anos no trecho Niterói-Manilha dessa estrada federal. Bandidos abordam de carro suas vítimas, fazem arrastões e, mais recentemente, fazem motoristas e acompanhantes reféns enquanto cúmplices limpam as contas bancárias e fazem compras com cartões de crédito das vítimas.

Para obrigar motoristas a pararem no meio do caminho, criminosos atiram pedras do alto de passarelas da estrada e fecham a pista com veículos roubados. Já aconteceu também um arrastão com falsos bêbados. Dois bandidos caminhavam trôpegos pelo meio do asfalto. Quando motoristas pararam para evitar um atropelamento, surgiram do meio do mato mais dez assaltantes armados com fuzis e pistolas. Segundo o relato das vítimas, agiam com muita violência até contra crianças e idosos.

Além dos arrastões, ladrões passaram a fazer vítimas reféns, enquanto cúmplices sacam seu dinheiro e fazem compras com cartões de crédito. Uma dessas vítimas contou que, por volta das 5h30m, quando seguia de Campos para o Rio de Janeiro, perto de Itaboraí teve seu carro fechado por um veículo de luxo:

“Assim que saí da praça de pedágio, os bandidos nos abordaram. Levaram a gente (o motorista e três passageiros) para o meio do mato, pegaram nossos cartões e as senhas. Uma parte dos bandidos saiu e outra ficou com a gente. Depois de três horas é que soltaram a gente em uma área de mata e nos indicaram o caminho de volta”, contou.

PRF diz ter reforçado patrulhamento das rodovias

Desde 1° de outubro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza nas rodovias federais da Região Metropolitana e nas divisas do Estado do Rio de Janeiro a Operação Égide. Visa reforçar o policiamento no combate ao contrabando, descaminho, tráfico de drogas e armas, roubo de carga, de veículos e de coletivo de passageiros.

A PRF informa que “o reforço no monitoramento das rodovias federais tem agentes posicionados em pontos estratégicos, atuando nas rotas de circulação da criminalidade e trazendo segurança, não só para as rodovias, mas também dentro das cidades”. Esta não é primeira operação do tipo desencadeada pela PRF. Entre julho de 2017 a janeiro de 2019, foi realizada a primeira Operação Égide, nome do escudo que protegia Palas Atenas, segundo a mitologia grega. Na ocasião, foram apreendidas 595,1 toneladas de maconha, 22,4 toneladas de cocaína, 2,8 toneladas de crack, 2.447 armas de fogo e 360 mil munições. Os policiais ainda recuperaram 8.835 veículos e encaminharam 433 pessoas a delegacias, suspeitas de roubo de carga e assalto a ônibus nas estradas do Rio, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Acre.

A concessionária Autopista Fluminense, que administra o trecho da BR-101 entre Niterói e o Norte fluminense, informa que a rodovia é monitorada por  112 câmeras. As imagens são compartilhadas em tempo real com a Polícia Rodoviária Federal, com o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), localizado no Rio, e com os Centros Integrados de Segurança Pública (CISP) de Niterói e Campos dos Goytacazes. Além do sistema de monitoramento de tráfego, todas as cinco praças de pedágio possuem câmeras com sistema de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR), que fazem a leitura de placas de todos os veículos.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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