A prefeitura contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para realizar um estudo da planilha tarifária, considerando o custo dos insumos que incidem no preço das passagens; a existência de pistas seletivas que reduzem o tempo de viagem dos ônibus e até o volume de gratuidades para idosos, pessoas com deficiência e estudantes.
Hoje, a tarifa deveria ser de R$ 3,62, considerando a variação do IPCA, índice sempre usado como argumento pelo prefeito Rodrigo Neves a cada reajuste nas passagens que ele já decretou desde os R$ 2,75 em julho de 2013. No entanto, os atuais R$ 3,90 estão 42% mais caros nesses quatro anos de aumentos. No período, o IPCA variou 31,6%. Esse índice é calculado pelo IBGE através da pesquisa de variação de preços, inclusive dos combustíveis, óleo lubrificante, pneus, peças e acessórios.
O publicitário Renato Pereira também denunciou fraude na contratação de sua agência para administrar a publicidade da prefeitura de Niterói que custou mais de R$ 60 milhões nos últimos quatro anos. Disse, ainda, ter pagado propina mensal a dois secretários municipais (André Felipe Gagliano Alves e Domício Mascarenhas). Na delação que fez ao Ministério Público Federal afirmou que Rodrigo Neves quis contratá-lo para fazer a campanha de 2016, pagando R$ 4 milhões em caixa 2.
Antes, na campanha de 2012, segundo o marqueteiro, sua agência Prole Serviços de Publicidade recebeu metade dos R$ 8 milhões contratados através de um esquema de caixa 2 organizado pelo ex-governador Sergio Cabral. Com a Lava Jato em curso, em 2016 ele resolveu não aceitar mais receber por caixa 2.
A Prole cobrou R$ 7 milhões em 2016, mas Rodrigo Neves disse que só poderia pagar “por dentro” R$ 3 milhões. O restante poderia ser bancado pelas empresas de ônibus de Niterói, em troca de uma contrapartida.
Na delação feita ao MPF, o publicitário afirma o seguinte:
“Diante da impossibilidade de fazer a campanha por tal valor, passei a oferecer outras opções pois não queria receber valores não contabilizados. Nesse momento, presenciei Neves questionar Domício (Mascarenhas, secretário de Obras) sobre a possibilidade de as empresas de ônibus de Niterói arcarem com a despesa, caso a prefeitura atendesse determinada demanda deles, ao que o secretário respondeu não saber.”
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