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Mercado São Pedro: onde degustar frutos do mar frescos e a preço justo

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Nesta quinta-feira chuvosa não vesti o blazer e sai de carro para curtir um lugar bem simples e agradável. O destino era o Mercado de Peixe São Pedro, na Rua Visconde do Rio Branco, nas cercanias da Ponta D’Areia onde morei e de lá guardo boas lembranças.

Ao chegar percorri os 30 boxes observando os peixes e frutos do mar em oferta. Uma dica de quem conhece o lugar desde criança: comprei o camarão e o peixe do Acchiles Mandarino nos boxes 105 e 107. Essa peixaria foi fundada pelo pai dele, Antonio, há seis décadas, quando o mercado ainda funcionava numa palafita da Rua da Praia.

Subi para o segundo andar e fui direto ao Rafamar. Entreguei o camarão à expert cozinheira Dedéia. Ela preparou o crustáceo na cerveja, como entrada, e a posta de badejo virou uma deliciosa moqueca.

Na parte de cima do mercado estão outros restaurantes e bares, como o tradicional Leda, que a filha Vivian assumiu a cozinha e faz o pescado do jeito que o freguês quer saborear: frito, cozido ou assado. Os restaurantes oferecem ainda risotos de camarão, de lagosta ou de outros frutos do mar, além de moquecas, bobós de tudo que é jeito, ovas, pastéis e sardinha. Esta, porém, a gente só encontra fora do tempo do defeso, que vai de novembro a março.

Sentado à mesa, me vem à memória muita coisa vivida nesse canto tranquilo de Niterói, onde passei a infância e a juventude. Morava ali perto, na Vila Pereira Carneiro, construída pelo conde dono do Mauá para abrigar os empregados do estaleiro. O empresário residia num palacete no alto da Ponta D’Areia, que existe até hoje. Depois adquiriu o Jornal do Brasil.

Atravessando a Feliciano Sodré está o colégio Raul Vidal, que foi dirigido uma vida inteira pela saudosa Jonia Fontes, dedicada e preocupada com o bem-estar de seus alunos, oferecendo sopas gostosas e nutritivas.

No pátio do colégio funcionava a Escola Fluminense de Belas Artes. Na hora do recreio, os alunos observavam aqueles artistas compenetrados diante de telas e pranchetas. Muitos daqueles pintores ficaram famosos: Israel Pedrosa, Jayme Cavalcanti, Tolentino, Paragó, Claudio Valério, Bruno Pedrosa, Péricles Sodré e Bonifácio.

Naquele tempo, antes do aterro, existia em frente ao Mercado de Peixe a Praia da Vitamina. Tinha esse nome porque os navios ancorados na baía de Guanabara jogavam frutas e legumes descartadas pelos cozinheiros que a maré trazia para a Praia da Vitamina. Era comum entre um mergulho e outro o banhista bater com a cabeça numa cenoura, cebola, tomate, pimentão, maçã, banana, pera, abacate, uma verdadeira salada.

Atravessando a Silva Jardim, na esquina está o Fluminense de Natação e Regatas – o Fluminensinho. O clube fez história no remo, natação e no basquetebol. Promovia serestas e bailes que se tornaram tradição. Hoje em seus 107 anos resiste comm apenas 12 sócios pagantes. É presidido há mais de quatro décadas pelo abnegado Antônio Copolilo, irmão do Milton tricampeão de futebol pelo Flamengo.

Vou parar por aqui. Já são quatro da tarde, muitas peixarias já fecharam e os bares começaram a recolher as cadeiras. Até nosso próximo ‘Destino Niterói’.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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