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Leitor grita em defesa da Região Oceânica

Escrito por Luiz Antonio Mello às 08:20 do dia 15 de julho de 2017
Sobre: Salvem as restingas
15jul

O leitor Ricardo Rocha escreveu este comentário sobre o artigo de semana passada, “Itacoatiara: restinga vira perigoso matagal”. Vamos a ele:

“Harmonizar a restinga de Itacoatiara, seria fundamental, para dar exemplos de cidadania, civilidade e conforto aqueles que frequentam e não tem no mínimo, um banco para se sentarem e contemplarem o visual lindo que é essa praia ou até mesmo, lerem um livro.

Nasci e sou criado na área e na Região Oceânica. Vi crescer as favelas onde imperam o tráfico e a bandidagem, pasmem, aos olhos dos que condenam a possibilidade de urbanizar as praias de modo humano e necessário ao público (…) Nessas áreas de favelas também existiam árvores, fauna e flora e hoje o que se vê é justamente ao contrário do que prevê a Lei e seus Códigos Ambientais. Quem deixou essa expansão surgir não foi preso, fez vista grossa e hoje colhemos os frutos que nos foram impostos. O visual é péssimo em frente ao Multicenter e aos arredores das encostas.

Um perigo a sociedade que tanto colabora e não tem retorno algum. Isso sim é uma esculhambação na Região Oceânica onde todos se escondem para reclamar. Certos acertos para urbanizar a restinga não trariam mal algum a ela. Penso assim: Já que o mato cresceu e não dá para ver nada a sua frente como a praia, faríamos um deck em madeira removível e bem alicerçado, avançando apenas a essa restinga a sua frente, 5 metros por 5 metros de largura ao nível do patamar da calçada, gerando assim um pé direito razoável. Embaixo seriam instalados banheiros químicos com coleta e nessa área de apenas que seria de 25 m², criar ambiente de apreciação, deixando assim uma incrível vista para aqueles que contemplam e gostam de Itacoatiara no seu todo. Para os idosos, um conforto imensurável.

Esses espaços seriam distantes uns dos outros 250 metros. Acolho a redação e concordo com a Lei: “Mais especificamente no Brasil, a restinga pode ser definida como um terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de plantas herbáceas características. Ou ainda, de acordo com a resolução 07 de 23 de julho de 1996 da CONAMA, “entende-se por vegetação de restinga o conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha. Estas comunidades, distribuídas em mosaico, ocorrem em áreas de grande diversidade ecológica sendo consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do solo que do clima”.”
As restingas se distribuem geograficamente ao longo do litoral brasileiro, em pontos específicos na extensão de mais de 5 mil km, não ocorrendo de forma contínua. As principais formações ocorrem no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Alagoas, Sergipe e Bahia. Um exemplo é a Restinga da Marambaia, no litoral do Rio de Janeiro.
Para conter a degradação dessas áreas geográficas, que são as restingas, garantindo, especialmente, que estas possam continuar exercendo sua importante função ambiental de fixadoras de dunas e estabilizadoras de manguezais, o Código Florestal brasileiro (Lei 12.651, de 25 de maio de 2012) enquadra as áreas das restingas como Áreas de Preservação Permanente – APP, não podendo as mesmas serem devastadas e ocupadas, conforme inciso VI do art.4º e 7º da Lei. A Resolução Conama 303, de 20 de março de 2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de APP, estabelece que constitui APP a área situada nas restingas: em faixa mínima de 300 m, medidos a partir da linha de preamar máxima; ou em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues.´´
Há controvérsias a respeito do tema. Não se trata de invasão ou depredação e sim de harmonização com a natureza. Esse é meu ponto de vista e quem não concordar, não posso fazer nada. (…).

Prioridade máxima para a Região Oceânica e seus bairros.”

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Luiz Antonio Mello
Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.
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5 thoughts on “Leitor grita em defesa da Região Oceânica

  1. É complicado debater assuntos com pessoas que se preocupa com o dinheiro de uma Associação de Moradores no que diz respeito a instalação de um deck e banheiros químicos planejados ao invés de conviver com as bostas defecadas nessa restinga trazendo um cheiro horrível para quem está ali na praia. Um absurdo um indivíduo dar um depoimento alegando falta de dinheiro da associação de moradores de Itacoatiara uma vez sendo a Prefeitura gestora de projetos planejados. Parece não morar no bairro e só quer falar asneiras relacionado a uma urbanização seja ela qual for, desde que melhore o ambiente em que todos frequentam. Se fizerem uma pesquisa, muita gente está insatisfeita com essa restinga principalmente com o mato que cresceu da conta tampando totalmente a visão da praia e o cheiro insuportável de fezes nesse matagal existente e fora os abusos sexuais praticados por bandidos que ali se escondem. Uma pena esse indivíduo falar em ganância e egoísmo, pois, moro aqui a muitos anos e sempre convivi com todos em harmonia nesse local e nunca dependi de seu dinheiro.
    A porta da rua é serventia da casa.

  2. Não seria muito mais fácil – e barato – a Associação dos Moradores de Itacoatiara, que se diz tão organizada e atuante, contratar por conta própria um serviço de poda da vegetação? Há alguma implicação legal/ambiental para realização deste serviço? Se a crise nos abateu em cheio e não há dinheiro – e principalmente boa vontade – para realizar os serviços mais simples, então o que dizer de coisas mais complexas como “instalação de decks removíveis e de banheiros químicos”? Em tempos de crise, há que se simplificar e usar a criatividade. Há que se especialmente reduzir a ganância, o egoísmo, o “pensar só no seu próprio umbigo” e se criar uma mentalidade de cooperação. Fica difícil atuar coletivamente quando estamos tão entretidos com nossos aparelhinhos de alta resolução que nos oferecem, na hora que escolhemos, “diversão” fácil e alienante apenas ao tocar e deslizar de um dedinho. Saiam de seu mundinho atrasado, entrem na esfera do bem-estar coletivo, e vocês vão ver como as coisas melhoram rapidinho!

  3. “ESTAMOS EM PANICO!!! SITUAÇÃO DE CALAMIDADE PUBLICA EM NITERÓI!!!!A CIDADE PERDEU O CONTROLE SOBRE A SEGURANÇA DO CIDADÃO. SOMOS CIDADÃOS REFÉNS DO MEDO!!!??
    As crianças do Assunção estavam no recreio e ficaram em pânico,correram todas para o auditório e deitaram no chão no momento do assalto e do tiroteio de hoje a tarde na Rui Barbosa. Não da mais pra viver assim. Prefeito Rodrigo Neves, PROMOVA SEGURANÇA À POPULAÇÃO DE NITERÓI. RECORRA A FORÇA NACIONAL”.

  4. Obrigado ao querido escritor, jornalista, LUIZ ANTÔNIO MELLO, pela publicação do meu parecer sobre a restinga de Itacoatiara. Obtive muita repercussão positiva de amigos e leitores desta coluna GILSON MONTEIRO.
    Niterói somando forças para o desenvolvimento popular harmonizado com a fauna e a flora e a consciência de cada um para a preservação ambiental, com ajuda deste brilhante escritor.
    Parabéns e um forte abraço.
    Ricardo Rocha.

  5. Que bom que não estamos falando ao vento ! Tem que viralizar para que tenhamos força e façamos acontecer !
    É muito papel e pouca ou NENHUMA ação !
    Pessoas que durante um ano inteiro, não colocam os pés na areia e muito menos, apreciam as belezas de Itacoatiara.
    São motivos como esse que nos dá força e vontade de mudar essa regra mesquinha que estamos convivendo.

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