Estou comemorando mais um ano de jornalismo em Niterói. Comecei adolescente, em 1971, no Jornal de Icaraí convidado pelo editor Mário Dias. De lá para cá não parei mais. Mesmo trabalhando em várias mídias fora daqui, nunca deixei de abrir um espaço para Niterói.
Em todos esses anos não fiquei uma semana sequer sem escrever para a cidade, sobre a cidade, nas mídias da cidade. É uma valiosa maneira de participar da vida do cotidiano aqui da terra, ouvindo pessoas pelas ruas, barcas, ônibus, lojas, bares. O que publico não deixa de ser um resumão de tudo o que ouvi em uma semana.
Quando o amigo e colega Gilson Monteiro me convidou para escrever nesta sua vitoriosa Coluna, me senti honrado. Além de ter escrito e editado boa parte dos jornais impressos da cidade iniciei uma nova experiência aqui no site do Gilson, que hoje é o mais lido da cidade.
Fui editor do lendário Lig várias vezes, depois fundamos o Setedias, mais a frente também fui editor da Folha de Niterói e pelo que ouço por aí a minha marca é o combate. O combate em defesa da cidade que tanto amo.
Adoraria escrever mais sobre as belezas de Niterói, mas seria uma enorme hipocrisia porque, sinceramente, não sei onde essa beleza foi parar. Claro, todos sabemos que desde os anos 1970 a especulação imobiliária, aliada a fusão do antigo Estado do Rio com a Guanabara, deformaram, massacraram Niterói.
A especulação continua avançando e hoje acho que o símbolo visual da sua presença é aquela cordilheira de prédios hediondos que forma o campus da UFF no Gragoatá (veja na foto). A UFF é uma instituição com mestres brilhantes, por isso fica difícil entender que tenha deixado construir aquela aberração ambiental, visual, arquitetônica, que muito lembra os cinzentos e decadentes prédios da extinta União Soviética. Como pode? Quantos arquitetos, urbanistas, designers trabalham direta e indiretamente na UFF?
É mais um tema que, em breve, pretendo abordar em profundidade porque os jornalistas têm algo de guardiões de uma cidade. Se não for é algo parecido. Aí alguém vai dizer “não adianta escrever, os prédios já estão lá”. Sim, mas pode ser que sirva de sinal amarelo para que outras barbáries arquitetônicas não aconteçam na cidade.
Uma cidade amada pelos cidadãos de raiz e por aqueles que chegam em grandes levas, vindos da região metropolitana em busca de qualidade de vida. Pois é, é por essa qualidade de vida que lutamos, batemos e apanhamos. Essa é a vida de um jornalista de Niterói.
Com muito orgulho.
Prezado Luiz, Concordo e assino embaixo, tudo que escreveu ! O morador da cidade, antes da ponte, principalmente, tem um amor visceral pela cidade e, mesmo com toda a mudança ocorrida após a ponte, continuam mantendo suas raízes, através da migração para a região oceânica de Niterói, onde se pode ver, famílias se confraternizando como antigamente em Icaraí e arredores e hoje, com a violência em cada quadra, se traduz em estatísticas péssimas de homicídios, roubos, intolerância e afins.
Que você continue nos honrando com textos inteligentes, atuais e cobertos de uma esperança de um melhor viver !
Grande Abraço e Sucessos contínuos.
Carlos Eduardo Menezes ( Menescau )