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Jornalista carioca destaca belezas de Niterói durante caminhada pela orla

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Crianças brincam na Praia do Gragoatá, com a vista do Rio de Janeiro compondo a paisagem

O jornalista carioca Rogério Marques é um eterno amante das belezas de Niterói, desde quando trabalhou nas terras de Arariboia, como experiente redator do jornal O Fluminense. Conta que, com alguma frequência, faz caminhadas do Centro a Icaraí, o que também recomenda aos amigos, descrevendo aqui na Coluna a sua experiência.

CAMINHADA REVELA BELEZAS QUE MUITOS CARIOCAS DESCONHECEM

*Rogério Marques (texto e fotos)

Agora que o verão foi embora, a caminhada ficou melhor ainda, com o sol de outono pegando mais leve. Mesmo assim, é sempre bom levar na mochila o filtro solar, uma garrafinha d’água e um boné. O ponto de partida é na Praça Arariboia, em frente à estação das barcas. Dali, segue-se pela Avenida Visconde do Rio Branco, à direita de quem sai da estação, em direção à Zona Sul.

É uma caminhada leve, com apenas um trecho em ladeira. Do Centro de Niterói até Icaraí leva-se mais ou menos uma hora, parando às vezes para apreciar a vista e tirar umas fotos. Estamos no Caminho Niemeyer, com alguns prédios projetados pelo famoso arquiteto. Um deles, logo no começo, no bairro de São Domingos, é o espaço Reserva Cultural, com salas de cinemas e restaurantes.São Domingos é um bairro histórico de Niterói, com vários prédios tombados, como a antiga oficina das barcas Cantareira e a Igreja de São Domingos de Gusmão. E vamos em frente, rumo ao simpático bairro do Gragoatá, de muitas casas. Uma delas é conhecida como Casa da Quina, de 1929, projetada pelo arquiteto italiano Antonio Virzi. Uma bela residência, muito bem conservada. O endereço é Rua Coronel Tamarindo, 67. O imóvel é um exemplo de aproveitamento de espaço num terreno pequeno. Merece uma pausa no passeio, para se apreciar os detalhes.

A Casa da Quina desperta a curiosidade de quem caminha pela orla de Niterói

Antigamente, a Casa da Quina e as demais construções do lado esquerdo dessa caminhada ficavam na orla da Baía de Guanabara. As casas tinham vista para a baía. No começo dos anos 1970, um aterro desastroso, que custou uma fortuna aos cofres públicos, descaracterizou toda essa região, do Centro ao Gragoatá.

Logo adiante, chegamos à Praia do Gragoatá, pequena e sombreada por amendoeiras. Do outro lado da baía, vemos os edifícios do Centro do Rio. Aos domingos, essa praia faz lembrar o antigo subúrbio carioca. Crianças brincando na areia, carrocinhas de cervejas, refrigerantes, churrasquinho. À sombra das árvores, aposentados jogam cartas, damas e dominó.

Junto à praia, fica o Forte Gragoatá, construção do Século XVII, embora existam controvérsias quanto à data. É uma das fortalezas construídas para defender a baía das invasões de corsários estrangeiros.

Depois da praia e do forte, a paisagem muda completamente. Pega-se a Avenida General Milton Tavares de Souza, com um calçadão junto à Baía de Guanabara. Temos, então, uma vista deslumbrante da barra da baía. De um lado, o Pão de Açúcar, no Rio, e do outro a histórica Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói. Nesse trecho da caminhada é comum vermos tartarugas marinhas que se alimentam de algas nas pedras do litoral.

Pouco adiante, nesse mesmo calçadão, existem alguns quiosques com mesas e cadeiras, à sombra das árvores. Tomar umas cervejas e comer um peixinho frito na hora, com aquela vista, é uma boa pedida. A questão é ter fôlego para, depois, subir a ladeira rumo à Ilha da Boa Viagem, que é ligada ao continente por uma pequena ponte. Nesta ilha fica a histórica Igreja da Boa Viagem, construção do Século XVII. A igreja, tombada pelo Iphan, está fechada para obras de restauração, que começaram no ano passado. Segundo a prefeitura de Niterói, o templo será reaberto no segundo semestre.

Subindo mais a ladeira, chegamos ao Museu de Arte Contemporânea (MAC), obra do arquiteto Oscar Niemeyer. Com sua arquitetura futurista, o MAC tornou-se um dos símbolos de Niterói. Lá do alto, é belíssima a vista da Floresta da Tijuca e das montanhas cariocas, da Zona Sul à Zona Norte do Rio.

A Pedra de Itapuca é um símbolo de Niterói, inscrito no brasão e na bandeira do município

Depois do MAC, começa a descida em direção à praia da Flechas, no bairro do Ingá, e à de Icaraí. As formações rochosas nesse trecho do litoral são muito bonitas. Na divisa das duas praias, temos a Pedra de Itapuca, outro símbolo de Niterói, que aparece no brasão e na bandeira do município. Pouco adiante, já na Praia de Icaraí, fica a Pedra do Índio.

Uma pena que a Baía de Guanabara, tão bonita e de tantos episódios históricos, enfrente há décadas o problema da poluição das águas, o que torna suas praias quase sempre impróprias para o banho. Mas temos que continuar lutando, nas associações de bairros, e elegendo políticos comprometidos com a causa do meio ambiente, entre outras, para um dia termos nossa baía despoluída.

Minha caminhada geralmente termina em Icaraí, onde mora parte da minha família. Para almoçar, existem bons restaurantes no bairro. Um deles é o Noi. As cervejas, de fabricação própria, são excelentes. Fica na Rua Miguel de Frias, 106, no começo da praia, perto da Reitoria da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Quem quiser prosseguir na caminhada pela orla chegará aos bairros de São Francisco, Charitas e Jurujuba, uma acolhedora colônia de pescadores com ótimos restaurantes de frutos do mar. O percurso é todo ele tão bonito que nem dá para sentir cansaço. Ao contrário, dá vontade é de voltar outras vezes.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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