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Não tenho nada contra o funk. Tenho tudo contra o funk. Não é preconceito, é um conceito, mas sei que vou apanhar. Os tempos modernos fizeram o carnaval absorver a sub música que é (isso é incontestável) a preferida dos bandidos e também de milhões de pessoas.

Domingo passado, com apoio oficial da prefeitura, centenas de milhares de pessoas participaram do gigantesco baile funk fantasiado de carnaval ao longo de toda a Praia de Icaraí, um dos símbolos da cidade.

A tarde, fui lá ver e o que testemunhei foi a alegre baderna que custou sabe-se quantos IPTUS, calculando o imposto pela média. Houve, digamos, “transgressões”, que há quem ache que “fazem parte da festa”, como a tentativa de invasão de um carro que transportava uma família desesperada com os vidros fechados, brigas, e outros adereços doshow.  Os funkeiros, animados, acesos, queriam fazer uma limpa, mas os vidros do carro resistiram.

Não é exagero dizer que o funk assassinou o samba. Jogou numa espécie de micro-ondas (veja o que é aqui:https://bit.ly/2GLgAlg) a música mais brasileira de todas. Antes era nos morros, mas hoje o funk impera em todas as cidades, até nos mais tradicionais redutos ligados ao samba de raiz e as escolas de samba.

A lucrativa indústria dos blocos aderiu ao funk porque fatura mais, fingindo que não entende que a tal “música” entre aspas está a serviço de grandes sicários, mas tem como fãs milhões de pessoas.

O barulho, sempre o mesmo e ensurdecedor fabricado por computadores, ganha a voz do “cantor” falando boçalidades e até incentivando o estupro como foi o caso de MC Diguinho em seu verso monumental “Taca a bebida e depois taca a pi…a e abandona na rua”. O Spotify arrancou de sua playlist.

Não chega a apavorar, mas o avanço do funk e seus adereços nem sempre saudáveis surpreendem. A quantidade de apoiadores é gigantesca, milhares e milhares de homens e mulheres que vão aos bailes, ouvem as rádios que cospem essa imundície 24 horas por dia.

E pelo visto, isso veio para ficar.

                                                      @@@

@ Inaugurei. Você está convidado: https://soundcloud.com/stream

@ Studio AA, orgulho de Niterói, lançou essa semana nova coleção de colares feitos a mão com arte, design e ótimo preço. Conheça aqui: https://www.instagram.com/studioa_ao_quadrado/

@ Apesar da Netflix, Now, Amazon Prime Video, o Cine Arte UFF continua lotado. Razões: qualidade dos filmes, ar condicionando gelando, conforto e preço. Cinema não pode custar caro. Confira a programação:http://www.centrodeartes.uff.br/eventos/cinema/

@ Nos fins de semana, a partir do final da tarde, a estrada que leva as praias oceânicas se transforma em autódromo de bêbados. Cadê a Lei Seca?

@ A Livraria Blooks, no Reserva Cultural, é um sucesso. A cultura agradece.

@ Nos dias de mar limpo a Praia de Icaraí está cheia de banhistas. O número cresce e cada ano. Para saber se o mar está para peixe é só clicar aqui: https://praialimpa.net/

@ O patinete elétrico não pegou. Micou mesmo. Aqui e no Rio.

@ Bom carnaval!

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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