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Florista desperta o amor e decora casas com jardim ambulante em Piratininga

Escrito por Gilson Monteiro às 12:32 do dia 9 de abril de 2022
Sobre: Flor de pessoa
  • Florista
09abr
Florista
Nei traz as flores da Cobal, no Rio, para vender em Niterói

Chova ou faça sol ele está com seu jardim florido 24 horas quase em frente ao Condomínio Ubá 1, em Piratininga, há mais de três décadas, lutando pelo espírito do romantismo, enfeitando os lares e levando alegria às pessoas na Região Oceânica. O vendedor de flores Nei Nunes Bitttencourt, 55 anos, começou aos 17 anos oferecendo rosas vermelhas aos casais frequentadores da noite. Ia de bicicleta de Icaraí a Jurujuba, percorrendo todos os bares e restaurantes da Zona Sul de Niterói.

Tinha um jeitinho todo especial. Não chegava com a flor se o casal estivesse comendo. Ficava na moita esperando o momento certo, de carinho ou de um beijo. Também lembrava ao homem desacompanhado da mãe e da mulher, o que sempre dava certo depois dos primeiros goles.

Diz que como em todo negócio, nem tudo são flores. Com os dois anos de pandemia e a troca do ponto da padaria Grão Pão para a Drogaria Popular foram dois baques nas vendas. Mas ele que continua mantendo o padrão de qualidade com seus arranjos coloridos, buquês tropicais e as poderosas rosas vermelhas, símbolo do amor.  Lembra que tem outras opções de flores, como o girassol (encantado), que teve muita procura inspirado na época do filme A bela e a fera.

Nei diz que com a Covid 19 as pessoas não saiam e não enfeitavam as casas nem comemoravam as datas importantes de aniversários de nascimento e casamento. Antes, quando ficava na porta da padaria, depois de comprar o pão o freguês sempre lembrava de levar flores. Mas agora, na porta da farmácia, após comprar um remédio muitos passam batido sem olhar para as flores.

– Por isso alguns clientes tentam me convencer a trocar de ponto e me instalar na calçada da Padaria Versalhes, onde teria maior visibilidade, porque com o túnel a maioria dos carros passa pela Avenida do outro lado da Transoceânica – diz o vendedor de flores.

Nei diz que não pretende deixar essa profissão artesanal, que exerce com amor há 38 anos, desde o momento de ir de madrugada escolher as flores mais bonitas na Cobal, no Rio, preparar os arranjos e, finalmente, ver a alegria de uma mulher ou de um homem escolher o buquê para homenagear uma pessoa de quem gosta ou para enfeitar sua casa. Isso não tem preço, ajudar a fazer a alegria das pessoas.

Nei Nunes Bittencourt, essa figuraça que trouxe a natureza e a alegria para a calçada, a gente só encontra na terra do cacique Arariboia.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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