Semana passada, Gilson Monteiro escreveu aqui: “Germano Grand, um empresário que valorizou a cidade, deveria receber de Niterói uma homenagem que perpetuasse sua memória. Desde o seu falecimento aos 98 anos, em julho, nenhuma voz ainda se levantou para propor dar seu nome a uma rua ou uma praça, apesar de ele ter sido uma das figuras mais simpáticas e queridas do mundo lojista e da sociedade niteroiense”.
O artigo levantou a questão: como são escolhidos os nomes de ruas, avenidas, praças de Niterói? Simples: utilizando critérios como interesse eleitoral, questões afetivas, etc. os nomes são propostos pelos vereadores da cidade. Enquanto em várias cidades do país os chamados logradouros públicos são batizados apenas com letras e números, Niterói prefere fazer uma sopa de letrinhas dando nomes que muita gente sequer conhece ou ouviu falar.
Por exemplo, quando era apenas um bucólico e belo areal, São Francisco teve suas ruas batizadas com nomes de tribos indígenas, uma ótima ideia. Mas, há cerca de 40 anos, nomes de brancos começaram a tomar conta, a ponto da avenida do canal, uma das mais importantes da cidade, ter ganhado o nome de um presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt (1933-1945). O homenageado jamais pisou na América Latina.
A praia de São Francisco se chama avenida Quintino Bocaiuva, um ardoroso republicano, o único civil a cavalgar, ao lado de Benjamin Constant e do Marechal Deodoro da Fonseca, com as tropas que se dirigiram ao quartel-general do Exército brasileiro na manhã de 15 de novembro de 1889, quando da proclamação da República.
As ruas de Itacoatiara em geral tem nome de flores, mas a via principal leva o nome de Mathias Sandri, aí sim, uma justa homenagem. Afinal, o bairro começou efetivamente a ser povoado durante a década de 1940, quando Mathias comprou cerca de 70% de seu território, e Francisco Felício os outros 30%. O terreno foi então loteado, sendo que a maior parte dos terrenos tinha dimensões de 15,0 x 30,0m. Para que animais de grande porte não entrassem pelo único acesso existente, foi construído um “mata-burro” que é um estrado colocado em cima de valas, que desencoraja os animais a atravessar a porteira e fugir da propriedade.
Já em Piratininga, Cafubá, Itaipu, enfim, toda a região, as ruas ganharam nomes de muitos personagens desconhecidos na cidade e até de alguns déspotas. Lógico que não irei citar, mas o batismo pelos vereadores continua frenético, como foi em Icaraí, Santa Rosa, Fonseca, Ingá e Boa Viagem no passado, que homenagearam até genocidas.
Concordo que o Sr Tarquinio foi grande defensor do bairro.
Aqui em São Francisco gostaríamos de prestar uma homenagem ao homem que sempre defendeu o bairro contra construções de espigões.
Cláudio Tarquínio, foi por muitos anos Presidente da Associação de moradores e manteve sempre uma luta quixotesca em defesa da preservação do bairro de São Francisco. Merecia ter o seu nome em substituição ao Franklin Rosevelt que nunca pisiou por essas paragens.