O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cometeu duas insanidades em seus mandatos: inventou a reeleição para presidente e as agências reguladoras.
Gigantescos contêineres de emprego, as agências são muito cobiçadas pelos protozoários do toma lá, dá cá, moeda de troca da velha e carcomida política que voltou a desembarcar no governo, a convite, através de seu representante mais imoral, o centrão. No caso dos Planos de Saúde, a ANS passa a impressão de que eles fazem o que querem no governo, apesar de “regulados”.
As agências foram criadas a partir de 1996, como se o Brasil fosse uma Escandinávia habitada por 210 milhões de irmãs Dulce. Romântico, o governo FHC achou que as agências iriam “disciplinar o Estado e também o setor privado, definindo as obrigações e os direitos de cada parte em concessões de bens e autorização para prestação de serviços públicos”, explica diz Sérgio Lazzarini, professor do Insper.
Na vida real o que se vê, em geral, nesse disciplinamento é o consumidor entrando com as costas, os serviços regulados com a chibata e as agências com a venda nos olhos.
Só este ano o presidente Jair Bolsonaro poderá indicar 23 dos 47 dirigentes para agências reguladoras até 2022. Dá para imaginar o apetite insaciável do centrão e similares querendo abocanhar esses filés, verdadeiras minas preciosas de fisiologismo.
Esta semana, vivendo a vida adoidado, os planos de saúde anunciaram que os aumentos das mensalidades vão chegar a 20%, contra uma inflação anual de 2,31%.
A chiadeira acendeu a luz do simancol (https://bityli.com/F6MRv ) em Brasília. Em mais uma tentativa de fazer média e mídia para melhorar a imagem bege dos políticos, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), bateu pé, considerou “absurdo” o aumento. Disse que se a ANS não der uma solução vai mandar votar o projeto que suspende reajustes dos planos de saúde por 120 dias a contar da data da promulgação da Lei.
Os guinchos dos roedores puderam ser ouvidos em todo o cerrado e a mobilização do baixo clero para emplacar os 20% ficou intensa. O aumento costuma ocorrer no mês de maio, mas por causa da pandemia muitas operadoras de planos de saúde adiaram para agosto. Agora, estão aplicando os reajustes e cobrando os valores de forma retroativa.
— Lamentável que a gente tenha uma agência para regular os preços e as coberturas dos planos, mas que não regula os preços da maior parte dos planos oferecidos no país —, diz Ligia Bahia, professora da UFRJ especialista em Saúde Pública e colunista do GLOBO.
Pois é, professora, mais lamentável ainda é ver esse jabuti voar de arbusto em arbusto sobre a cabeça de 513 deputados federais, 81 senadores (todos com planos de saúde vitalícios, pagos por nós) e de um governo que exibe sem cerimônia a sua desconsideração com a saúde mantendo um general ministro interino. Será que aceitariam Scooby Doo como ministro da defesa?
Com a pandemia e as medidas de isolamento social, os procedimentos eletivos de saúde foram adiados, reduzindo o uso dos planos.
Por isso, os balanços das empresas – informa a Agência Globo – revelam lucros astronômicos durante a pandemia. Para a SulAmérica, o lucro quase dobrou no trimestre: foi de R$ 260,8 milhões para R$ 498,3 milhões na comparação anual. Em relação ao primeiro trimestre, a alta foi de seis vezes.
Já a NotreDame Intermédica registrou alta de 150% no lucro líquido, para R$ 223,6 milhões. Na Hapvida, o lucro de R$ 278,6 milhões representou um crescimento de quase 25% sobre o valor apurado no mesmo período do ano passado.
Os maiores aumentos são aplicados nos chamados planos coletivos por adesão, comuns entre profissionais liberais, e também nos planos de pequenas empresas — conhecidos como pejotinhas —, que geralmente envolvem uma única família, mas são atrelados a uma pessoa jurídica.
Segundo fontes, os planos de grandes empresas tiveram aumentos de 15% em média. Nos de adesão, há relatos de reajustes da ordem de 25%.
Uma das vítimas é a servidora aposentada Lorivalda de Carvalho que tem um plano na modalidade coletivo por adesão da SulAmérica contratado com a Qualicorp que só percebeu o aumento de 25,37% ao conferir o extrato do banco. A mensalidade, que era de R$ 2.792,69 em julho, saltou para R$ 3.501,20 em agosto. A partir de outubro, ela ainda vai ser cobrada em mais R$ 708,51 de aumento retroativo referente aos meses de maio, junho e julho.
Os planos coletivos por adesão ou de pequenas empresas com poucos associados não têm os preços regulados pela ANS, vivem o chamado “modo danem-se”. A agência regula apenas os preços dos planos individuais — que ainda não sofreram reajuste. Esse tipo de plano, porém, representa menos de 20% do total.
Não é a toa que o SUS, Sistema Único de Saúde, vive sob ameaça, quando poderia estar funcionando como exemplo mundial. Ainda assim, cheio de falhas, ruim com ele, pior sem ele.
###
– Reservado, pouco chegado aos holofotes, o ministro do STF, Edson Fachin, preocupou, muito, em palestra esta semana. Fachin sugeriu que a eleição em 22 pode não acontecer. Leia aqui: https://cutt.ly/wfyhggJ
– Ironia. A bancada evangélica, em Brasília, pode barrar a taxação dos livros (isentos desde 1946) que aumentaria o preço de capa em 20%. É que a bíblia, eterno best seller, também será atingida.
– Música brasileira alternativa. Clique e ouça: https://radiodevaneio.wixsite.com/radiodevaneio
A GEAP TEM AUMENTADO UM ABSURDO O PLANO DE SAÚDE. DESCONTA PARTE DO VALOR NO CONTRA CHEQUE E PARTICIPAÇÃO. E UM VALOR ALTO EM BOLETO C/VENCIMENTO TODO DIA 10 DE CADA MÊS.
ABSURDO meu marido recebe do antigo Ministerio do Transporte hoje ministério da economia $3.916,00 reais. Paga um o plano de saúde Geap.Desconta no contracheque $ 883,00 e mais as participações. Paga um boleto de $ 1.734,70 todo dia 10 de cada mês. Tem mes que chega a quase $3.000. Mil reais. E ele tem um gasto c/medicamentos p/Alzheimer. muito alto.
Absurdo isso! Mais é a realidade do Brasil, entra governo, sai governo e nada é feito em prol da sociedade. Só vemos obras faraônicas sendo feitas aos olhos da população,. A mesma obra não é vfeita para melhorar hospitais públicos nem postos de saúde comunitários.
Por isso q esse império da saúde privada, cda vez cresce mais.
Deveríamos lutar por uma saúde digna em nossa cidade ao contrário de obras de reforma ou construção de praças, quadras poliesportivas, alargamento de vias, construção de ciclovias, essas q serviram para motociclistas de entregas expressas usufruírem junto dos ciclistas, . Só Com atitudes severas da população em prol de uma saúde digna na rede pública é que esses cartéis irão deixar de cometer esses absurdos.