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Coluna do LAM

Cinema Icaraí: obra de R$ 45 milhões não prevê estacionamento

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O projeto de reforma do Cinema Icaraí foi aprovado por unanimidade na Câmara dos Vereadores e agora está em análise no Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, Inepac, que fez o tombamento do prédio. Uma tentativa de frear a ganância dos tubarões do mercado imobiliário que veem naquele prédio art deco uma iguaria que pode gerar muitos e muitos milhões de lucro. Já imaginaram um impotente prédio ali, com giga apartamentos de R$ 10 milhões (por baixo) cada?

A contratação das obras do prédio vai começar em maio e a reforma vai custar R$ 45 milhões. Além de salas de cinema haverá espaço para restaurantes. O cinema pertence a UFF que, ano passado, assinou contrato com a prefeitura, que irá utilizar o prédio (para fins culturais) durante 40 anos.

De acordo com o contrato, a prefeitura também terá que concluir as obras do novo Instituto de Artes e Comunicação Social (Iacs), no campus do Gragoatá.

Apesar de caríssimo, o projeto não prevê estacionamento em uma área que é impossível arranjar vaga até para pedestre. Foi a falta de vagas para carros um dos principais motivos que levaram o Cinema Icaraí a falência, fechando as portas em 2007. Ele, o Cinema 1 e o Cine Center, também em Icaraí.

Todos os chamados “cinemas de rua” de Niterói faliram por falta de estacionamento e pelos absurdos preços dos ingressos, que hoje podem chegar a R$ 44,00 por cabeça nos fins de semana.

Ir de carro ou não ir ao cinema (a maioria está no segundo caso) é uma questão de inteligência emocional. O cidadão não se sente seguro ao sair de um filme as 10 da noite e caminhar algumas quadras como se estivesse em Oslo para depois ficar parado esperando ônibus, como alvo de tiro ao pato em parque de diversões.

Carros de aplicativos podem até ser uma opção, mas para a maioria não pode pagar. Afinal, quem dispõe de até R$ 44,00 para ir assistir a um filme no fim de semana, mais Uber e 99? Melhor ir de Netflix, ou Amazon Prime, Now, iTunes.

Se o milionário projeto do Cinema Icaraí não sofrer alterações para dar lugar a um estacionamento, vai ser mais um voo de galinha. Pode ficar lindo, maravilhoso, chique, mas o público exige segurança e preço. Preço, por sinal, que é o grande atrativo do Cine Arte UFF, com sua excelente programação, excelentes instalações, ingresso a R$ 7,00, subsidiado pela universidade.

Sobre o escalpelante preço do ingresso de cinema, o mestre Cacá Diegues escreveu, ano passado, no Globo:

“ (…) No Brasil de hoje, o cinema é uma das diversões mais caras, proibitiva para a grande maioria da população.(…).

“(…) Nosso preço do ingresso faz do cinema uma diversão fina de shopping centers, uma das mais relativamente dispendiosas do mundo.

Se somarmos a ele a indispensável pipoca superfaturada e a Coca-Cola mais cara do continente, não dá para um trabalhador de salário mínimo ir ver um filme toda semana, com mulher e filhos. Ele reserva seu pouco dinheiro para ver, em dia de festa, numa tela enorme e com som espantoso, os “Vingadores” ou a “Malévola” do ano. O resto ele vê na televisão, de graça e de pijama, quando chega em casa do trabalho árduo do dia.”

O vacilo do Niterói Shopping

Quando uma pessoa vai de bicicleta ao Niterói Shopping, na rua da Conceição, e isso é muito comum, chega em frente ao prédio e não vê nenhum bicicletário, aquelas alças metálicas onde o sujeito amarra a bicicleta para tentar evitar que seja roubada.

Aconteceu comigo. Perguntei onde parar a um transeunte e ele, na franqueza, disparou “ihhhh, meu chapa, o bicicletário fica…na entrada do estacionamento que fica na rua de trás, a Moacir Padilha, no Morro do Estado. Ou seja, o sujeito tem que dar uma gigantesca volta pedalando até a antiga prefeitura e encarar o subidão da José Clemente.

O bicicletário fica na G3. Isso não pode estar certo ou então é piada.

Aliás, o todo chique e caro pra caramba Hortifruti da Álvares com Moreira Cesar não tem bicicletário. As bicicletas são amarradas nos postes. E no elegante Otávio Carneiro 100 puseram qualquer coisa de metal que lembra um galinheiro na calçada, que só um obtuso pode chamar de bicicletário.

Uma pequena ajuda para os vizinhos

Nesses tempos difíceis pense em dar uma força aos vizinhos de Niterói. Procure comprar na mercearia do bairro, na farmácia da região, no açougue da esquina. Coma sanduiches na lanchonete caseira, peça a quentinha para aquele conhecido.

Se telefonar entregam em casa, você não precisa se expor.

Os supermercados estão trilhardários e cada vez mais gananciosos. Especulam direto quando há tragédias. O mesmo com as redes de farmácias e franquias de padarias fashion.

Dê uma força ao pequeno, a quem está começando seu pequeno negócio no seu bairro.

Para comer pão com velcro no McDonlad’s se temos a estupenda OH! Obsessão de Hamburger, do mago Alexandre Ramos, que faz o melhor da cidade na rua Nóbrega, 90 – loja 205. Claro, tem delivery anti corona: (21) 97365-6223 ou https://app.menudino.com/ohburguers

Vacina contra as fake news

Não caia na cilada da mentira. Duvide e cheque. Aqui você sabe o que é fato e o que é boato: www.projetocomprova.com.br ; www.aosfatos.org https://nilc-fakenews.herokuapp.com; www.boatos.org ; www.e-farsas.com

Programação cultural in door

Ouça as boas dicas que você curte em casa. Clique aqui https://bit.ly/2U19P45

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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