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Centenário de Zizinho, craque da Seleção e do Flamengo, passa batido em Niterói

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Zizinho, o Mestre Ziza dos dribles inesquecíveis em campo pelo Flamengo e pela Seleção Brasileira, só não dribla hoje o esquecimento. Nenhuma homenagem está programada para comemorar o centenário de Thomaz Soares da Silva em Niterói, onde começou a carreira e viveu por muitos anos. “Ele era, ao mesmo tempo, o pianista e o carregador do piano”, dizia o jornalista Armando Nogueira. Na data de hoje, apenas a crônica esportiva reverencia o craque niteroiense relembrando seus feitos.

Zizinho, ainda criança veio morar em Niterói. Logo abriu com seu talento a galeria de craques niteroienses que vestiram a amarelinha. Neste panteão há outros niteroienses: Gerson, o canhotinha de ouro, que subiu muitas vezes ao pódio pelo Flamengo e pela seleção brasileira; Leonardo, campeão com a camisa rubro-negra e tricampeão pela seleção brasileira, que deu seus primeiros chutes no campo do Rio Cricket; Zé Maria, que jogou no Botafogo e na seleção brasileira; e Jair Marinho e Altair, do Fluminense e seleção canarinho, também moraram uma vida inteira na ex-capital do Estado do Rio de Janeiro.

Nascido em 14 de setembro de 1921, aos 18 anos Zizinho foi levado para a Gávea e, no ano seguinte, já estava entre os titulares, como os famosos Domingos da Guia e Leônidas da Silva. Em pouco tempo recebeu o título de “Mestre Ziza” e, aos 21 anos, foi convocado para a Seleção Brasileira de futebol.

Era ídolo de Pelé, que o considerava o maior craque que ele já tinha visto em campo na sua época. Por muitos anos, Zizinho foi considerado o principal jogador da história do Flamengo. Deu os primeiros chutes no Carioca, clube fundado pelo pai. De Niterói para o Rio de Janeiro, passou pelo América e o São Cristóvão, até chegar à Gávea. Logo impressionou o técnico Flávio Costa e estreou no time em 1939, ano em que o Flamengo conquistou o campeonato Carioca.

Flávio Costa levou o craque revelação para a seleção carioca campeã brasileira; logo Zizinho também estaria na seleção brasileira. Era um meia completo. Tinha o drible, o passe, o chute, a bola parada. Ele rompia a defesa inimiga com ou sem a bola. O título na custou a sair. Mestre Ziza jogou os Sul-Americanos de 1942, 1945, 1946. Neste último, fez quatro gols contra o Chile, mas a Argentina terminou campeã. Em 1949, com cinco gols em sete jogos do torneio fez o Brasil conquistar o Sul-Americano daquele ano.

Em toda a sua plenitude, Zizinho era o craque brasileiro na Copa de 1950. Mas mundial foi conquistado pelo Uruguai. Depois da Copa, Zizinho estreou pelo Bangu, e teve grandes atuações em Moça Bonita. Colocou o clube entre os melhores do Rio, mas não conquistou mais o Campeonato Carioca. Pela seleção disputou mais dois Sul-Americanos, torneio que depois virou Copa América. Até hoje, Zizinho lidera o ranking como maior artilheiro da história da Copa América, com um total de 17 gols em 33 jogos disputados.

Mestre Ziza teve também grandes atuações pelo São Paulo. Passou pelo Uberaba e, aos 40 anos, pendurou as chuteiras no Audax Italiano do Chile, em 1962, mesmo ano em que o escrete canarinho, agora com ele na torcida, conquistava o bicampeonato mundial de futebol. Depois da morte de Zizinho, aos 80 anos, em 8 de fevereiro de 2002, os deputados Wolney Trindade e Paulo Albernaz aprovaram um projeto renomeando o estádio do complexo esportivo Caio Martins, em Niterói, para “Thomaz Soares da Silva/Mestre Ziza”. O complexo esportivo, mantem o nome do heroico escoteiro niteroiense. Mas a homenagem a Zizinho não emplacou até hoje.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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