Graças à incompetência ampla, geral e irrestrita o trânsito em Niterói só piora, por mais que a população se revolte. Além dos sinais velhos, arcaicos, esclerosados pelo tempo há falta de guardas ou guardas mal treinados (não sei o que é pior) e, com isso, toda a cidade rasteja o dia todo em engarrafamentos que poderiam ser evitados.
Para agravar muito a situação, Niterói foi invadida por dezenas (seriam centenas?) de carros do Uber que vêm de cidades vizinhas, principalmente São Gonçalo e Maricá, que não conhecem absolutamente nada do trânsito por aqui.
Uber é uma empresa blindada, ninguém tem acessos as suas informações, mas dificilmente quando chamamos um carro ele tem placa de Niterói. Vemos que muitos carros são velhos e caídos e que se fazem de perdidos numa cidade pessimamente sinalizada.
Em geral os forasteiros são ousados e irresponsáveis e aproveitando a total falta de fiscalização cometem infrações compulsivamente, entre elas parar numa esquina (muito comum em Icaraí, Santa Rosa e Ingá) ligar o pisca alerta (como se isso autorizasse) ou, pior, trancar um cruzamento num engarrafamento, furar sinais, andar em vias seletivas. Eles se sentem em casa.
Semana passada, a noite, na base do terra sem lei um deles andava pela contramão na rua Presidente Backer quase causando um grave acidente quando chegou na esquina da Praia de Icaraí.
É por isso que defendo que só “ubers” com placas da cidade onde opera deveriam ser permitidos, mas como exigir fiscalização para isso se nem o trânsito do dia a dia é alvo do mínimo de ordem? Exceção para os reboques da Zaplog (empresa que trabalha para a prefeitura) que fatura alto rebocando carros, vejam vocês, até nas quase desertas ruas Juriti, Uirapuru, Pavões e arredores em Itaipu.
Guardas de trânsito praticamente não existem e os seus colegas, Guardas Municipais, tudo veem e nada fazem além de passear pela Zona Sul a bordo carros com ar condicionado da tal “Segurança Presente”.
Motos trafegam sobre as calçadas (danem-se os pedestres), os flanelinhas extorquem na frente de guardas municipais, ciclistas padecem nas famigeradas ciclofaixas em péssimo estado de conservação (a tinta vermelha está apagada na maioria delas), enfim, como exigir que esse tipo de poder público com P minúsculo consiga coibir “ubers” de fora?
Niterói hoje é uma cidade rica, o que é muito bom. O que falta é o mínimo senso de gestão, sensibilidade e consideração com o cidadão/contribuinte/eleitor.
As irregularidades no trânsito estão longe de ser causadas apenas por motoristas de fora (vide recente artigo deste blog intitulado “Estacionar em Niterói é um parto” e meu comentário a respeito – parece que eu estava adivinhando que um artigo criticando motoristas de fora seria publicado). Pois bem, não faz sentido limitar a atuação dos motoristas de Uber como proposto acima, especialmente em Niterói, onde milhares de pessoas trabalham e se divertem no Rio. A lógica da modalidade de transporte Uber e seus similares é ótima, pois exclui a necessidade de estacionamento, desobstruindo ruas, e abrindo espaço para ciclofaixas. Além disso, um veículo pode ser compartilhado por até 3 pessoas. O sistema também é uma fonte de trabalho e renda viável. Como se trata de uma atividade ainda recente, problemas acontecem e precisam ser analisados e corrigidos, o que deverá ocorrer ao longo do tempo (tudo pode ser melhorado), mas o conceito geral é interessante e deve ser melhor explorado. Não podemos perder de mente a questão: o que fazer para desestimular o uso de carros particulares? A lógica “cada um com seu carrinho” já se provou falida, e tudo que vier para alterar essa lógica tem de ser priorizado.
Bom dia,
A assessoria da NitTrans não respondeu nada? Vários companheiros lá para o trabalho que fiz sozinho na maior parte dos 4 anos e nove meses em que estive à frente da Assessoria e nada respondem?