A vacinação contra a Covid-19, alvo de uma CPI do Senado, é usada como marketing político de prefeitos e governadores. Enquanto Niterói afirma já ter vacinado “mais de 50% da população do município”, a vizinha São Gonçalo informa que sua campanha chegou nesta segunda-feira (28/6) a pessoas com 34 anos de idade. Em Niterói hoje a vez foi de quem tem 44 anos.
Números, planilhas e dados divulgados pelas autoridades de saúde de todos os níveis não batem umas com as outras. A única certeza que mostram é a de que a população brasileira ainda está distante da imunização. Seja porque não há doses suficientes para todo mundo, seja porque o negacionismo faz uma parte dos brasileiros acreditar que não precisa de vacina.
A imunização completa, alertam os cientistas, se dá quinze dias após a aplicação da segunda dose, ou da dose única da vacina da Jansen. Assim, Niterói até agora cobriu 19% de sua população com a segunda dose aplicada em 99.264 pessoas. A vacina da Pfizer (sonho de consumo daqueles que resolveram escolher seu antivírus favorito), até agora foi aplicada a primeira dose em 32.520 pessoas (7 % da população), e a dose única da Jansen em 4.530 pessoas (1%). A primeira dose foi aplicada até hoje (28) em 278.775 indivíduos.
Já em São Gonçalo, que até a sexta-feira (26/6) havia vacinado 509.347 residentes e trabalhadores locais, chegou à marca de 38% do público-alvo com a primeira dose, e 14% imunizados com a segunda.
Com mais de um milhão de habitantes, São Gonçalo aplicou, nesta segunda-feira (28), a segunda dose em pessoas de 34 anos. Amanhã será a vez dos que têm 33 anos. E por aí em diante.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, até o momento Niterói recebeu 446.670 doses, sendo 175.110 aplicadas em reforço e outras 4.530 em dose única (Jansen). Em São Gonçalo, o total recebido foi de 693.786 doses, das quais 299.715 foram as de reforço e 8.580 as de dose única.