Outro lugar que não podia ter desaparecido em Niterói: o Steak House, quartel general da esquerda e reduto da boemia. Frequentado por estudantes e professores, muitos da UFF, jornalistas e por todas as camadas da sociedade niteroiense, era palco de discussões políticas de alto nível. Além disso, a casa tinha um clima de alegria contagiante da casa, sem falar que servia o chope da Brahma mais gelado da cidade, recordista em venda por muitos anos.
O Steak era uma casa simples, refrescada por ventiladores, mas servia uma comida variada, farta, de preço justo. Nos seus áureos tempos, ficava aberto 24 horas, sob o comando do boa praça e simpático Elton Furrier.
O tradicional restaurante da Gavião Peixoto começou a pegar na década de 70, quando servia às quintas-feiras uma costela com aipim que harmonizava com o chope gelado.
Mais tarde, virou um point político da esquerda, dividida em duas correntes, a dos brizolistas, na parte de traz; e a dos lulistas na parte da frente. Elas se enfrentavam nas ruas e nas urnas, mas ali conviviam num relaxamento etílico, fazendo confabulações e prognósticos, cada um na defesa de seus candidatos e ideias.
Elton, atrás do pequeno balcão onde ficava o caixa, no meio do salão comprido da casa, assistia a tudo, sem tomar partido. É, com certeza, o guardião de boa parte da história da noite e da madrugada na Zona Sul. Muitas alegres, outras tristes, pitorescas. Todas deixam saudades e trazem recordações. Nessa época as pessoas podiam andar pelas ruas de Icaraí com tranquilidade e sem nenhum risco.
A história mais curiosa que o bom Elton me contou é a de um freguês que entrou no amparado por um par de muletas. Bebeu tudo a que tinha direito, pagou a conta, levantou-se e pegou um táxi. Quando os garçons foram arrumar a mesa, encontraram as bengalas sobre duas cadeiras.
A gozação foi grande. Será que aconteceu um milagre? Ou foi o excesso de loura suada, apelido do chope, que fez o homem esquecer que precisava de apoio para andar? São tempos que não voltam mais, mas depois que passar a tempestade epidêmica vamos brindar à saúde e à vida.
Comecei a frequentar no início dos anos 1990. Faz muita falta.
Muitas saudades!!!!
É verdade amigo Gilson.
Eu minha mulher Tuca e minha filha Laura, fomos lá pra almoçar. Na hora de ir embora, Laura não queria ir e largar a cadeirinha que tio Helton tinha dado pra ela sentar.
Resultado, O amigo Helton, com aquela simplicidade, falou …..Ademir leva essa cadeirinha pra ela. Presente do tio Helton.
Como aquela canção…..”velhos tempos, belos dias!
É verdade …..
BRIZOLA VIVE !!!!!!!