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Waldenir Bragança, um doutor do bem

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Coloquei hoje meu blazer azul marinho e a gravata para encontrar uma figura excepcional, um cara do bem: Waldenir Bragança. Há 60 anos, na véspera do dia mais triste de Niterói, o então jovem médico e um grupo de colegas arrancaram os cadeados do Hospital Antonio Pedro para socorrer as vítimas do incêndio do Grand Circo Norte Americano.

Foram meses seguidos de dedicação, competência e carinho para atender as pessoas queimadas pela lona do circo em chamas. A partir daí, começou uma grande luta dos doutores para transferir o hospital municipal para a alçada federal. O Antonio Pedro passou a ser gerido pela Universidade Federal Fluminense. Sua emergência por décadas serviu para formar milhares de médicos residentes. Hoje, atende somente a casos referenciados, mantendo suas portas fechadas ao grande público, apesar dos milhões que o hospital recebe dos cofres públicos.

Desde que Waldenir Bragança saiu ainda rapaz de Araruama, onde nasceu, para estudar no Colégio Brasil, no Fonseca, já demonstrava inconteste liderança. Com o decorrer do tempo se revelou na presidência do diretório Acadêmico Barros Terra, no movimento intelectual e na política, ocupando cargos de destaque e se elegendo deputado estadual e prefeito de Niterói.

Em seus 90 anos de vida é difícil não encontrar uma conquista na ex-capital fluminense que Waldenir não tenha obtido após entrar em alguma causa de corpo e alma, carregando junto o seu discurso inflamado e de toque inteligente.

Formado em 1956 pela Faculdade Fluminense de Medicina, da qual foi professor titular, participou do movimento pela federalização do ensino de terceiro grau de Niterói. Em 1960 foi criada a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFERJ), mais adiante, em 1965, denominada como Universidade Federal Fluminense.

A Faculdade de Medicina em que Waldenir estudou foi incorporada à UFF, juntamente com as faculdades de Direito, Farmácia e Odontologia, Medicina Veterinária, Filosofia, Ciências Econômicas, Engenharia, Enfermagem e de Serviço Social.

Líder inconteste na carreira profissional, foi um dos fundadores e presidente do Conselho Regional de Medicina. Presidiu a Associação Médica Fluminense conseguindo do governador Geremias Fontes a doação de uma quadra de terreno da Avenida Roberto Silveira, e nele construiu a Casa do Médico. O complexo conta com uma confortável sede, teatro e a capela de São Lucas, padroeiro dos doutores.

Depois ingressou na política conquistando mandatos de deputados estadual e de prefeito de Niterói. Na chefia do Executivo niteroiense, enfrentou uma época de parcos recursos. Porém conseguiu dar à prefeitura um Centro Administrativo à altura da ex-capital fluminense. Waldenir conseguiu a cessão do esqueleto onde se instalaria uma sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Concluiu as instalações, inclusive as dos andares em que se instalaram Zonas Eleitorais.

Waldenir presidiu a Associação de Prefeitos, lutou incessantemente até a conquista dos royalties do petróleo que beneficiaram municípios fluminenses, inclusive Niterói, atualmente recebe R$ 1,58 bilhão a título de compensação financeira pela exploração do ouro negro na Bacia de Santos, a mais de cem quilômetros da costa da cidade.

No mundo intelectual, Waldenir Bragança preside a Academia Fluminense de Letras. Dentre suas iniciativas culturais está uma inédita distribuição de livros nos táxis da cidade.

Geriatra, formou-se em Direito para lutar e defender o cumprimento do Estatuto do Idoso, criando a Universidade da Terceira Idade, que funciona nas dependências da Faculdade de Direito da UFF.

Teve participação destacada nas obras sociais e filantrópicos da cidade, integrando entidades como a Associação Fluminense de Reabilitação. Rotariano há meio século, tendo sido governador do clube de serviço, pertence aos quadros do Rotary Niterói-Norte, com atuação destacada em suas campanhas.

Casado com Elisa, forma casal simples e admirado, que conquistou o respeito e o carinho da sociedade. Têm cinco filhos, três deles médicos; e 14 netos, dentre os quais cinco estão seguindo a carreira médica.

Obrigado Waldenir Bragança pela sua bonita trajetória de vida que o faz ser festejado e cumprimentado pelas ruas da cidade.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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