Sem tarifa social nos catamarãs da linha Charitas-Praça Quinze — já descartada pelo Estado no edital de concessão do serviço — anda cada vez mais para trás o projeto de mobilidade urbana traçado pela prefeitura de Niterói, que contava com o transporte marítimo para desafogar o trânsito entre a Região Oceânica e o Centro, passando pela orla da Zona Sul.
Para compensar, a prefeitura poderia rever o cálculo das tarifas de ônibus municipais, que agora custam R$ 0,30 mais do que as cobradas pelas linhas do Rio de Janeiro, uma desproporção já que fazem trajetos até dez vezes menores do que os percorridos pelos ônibus da capital. Ou, então, o município bancaria a tarifa social dos catamarãs, como já havia sugerido em entrevista à coluna o secretário estadual de Transportes, Rodrigo Goulart Vieira.
— A menos que a prefeitura de Niterói subsidie o custo das passagens dos catamarãs, não haverá possibilidade de os bilhetes terem o preço reduzido — disse o secretário em março deste ano ao comentar a licitação da concessão do serviço de transporte marítimo que estava sendo marcada para outubro próximo.
Por decisão judicial, a prefeitura do Rio foi obrigada a reduzir o preço das passagens de ônibus de R$ 3,80 para R$ 3,60. Em Niterói, onde os trajetos são bem mais curtos, os dois consórcios que exploram o serviço em todas as regiões da cidade cobram a tarifa única de R$ 3,90.
Em audiência pública realizada quinta-feira (31/08) na Assembleia Legislativa para debater o edital de licitação para a escolha de uma nova operadora do serviço de transporte hidroviário, ficou claro que não serão incluídas uma tarifa social na linha Charitas-Praça Quinze nem a integração das barcas com diferentes modais, entre eles o BRT, o metrô e o VLT do Rio.
O túnel Charitas-Cafubá perderá, assim, uma de suas maiores finalidades: a de levar passageiros da Região Oceânica para o Rio de Janeiro sem congestionar ainda mais o trânsito da Zona Sul e do Centro de Niterói. Hoje, o bilhete Charitas-Praça Quinze custa R$ 16,50 e as embarcações não operam das 12h às 16h.
Segundo o secretário Rodrigo Vieira, seriam necessários 40 mil passageiros por dia para justificar a implantação da tarifa social nos catamarãs, cinco vezes mais do que transporta hoje.
Eu até pensei em propor boicote ao Catamarã, mas por uma tarifa superior a 16 temers acho que não precisa. rs
Os “abençoados” que já usam continuariam usando de qualquer maneira mesmo, afinal é difícil parar de olhar o próprio umbigo.
Projeto de mobilidade que nasce errado, nao tem outra forma de terminar…. Como ja demonstrado pelo MPF, a mafia das empresas de onibus dominam o cotidiano da populacao e sem que essa mafia seja desmantelada e politicos corruptos sejam presos, a populacao vai continuar a depender de um unico meio de transporte, qual seja, o onibus… lamentavel.
Eu apoio o boicote ao Catamarã, com isso a operadora se verá obrigada à baixar a tarifa, enquanto isso a Prefeitura de Niterói cria alternativas de levar os passageiros da Transoceânica direto ao terminal Araribóia sem custo adicional, é só alinhas com as empresas que vão operar na via.
O fato da prefeitura de Niterói ser voto vencido na questão da redução da tarifa no catamarã de Charitas demonstrou claramente o quanto o prefeito é desprezado pelo governador zumbi e seus funcionários ligados à secretaria estadual de transportes. O túnel do Cafubá criou, realmente, nova via de acesso para a zona sul, entretanto sua função primordial que seria a melhoria na mobilidade urbana no transporte coletivo foi reduzida para NADA!!! Lamentável ver prefeito e os “nobres” deputados federais e estaduais que foram eleitos por Niterói não se pronunciarem e ficarem fazendo cara de paisagem. Vergonhosos senhores, isso sim.
Se o preço baixar, com certeza o número de passageiros vai aumentar!!! Estranh a formade pensar, secretário Rodrigo Vieira!
Isso não é verdade. Mesmo quando o transporte urbano era público, com tarifas mais em conta, só quem fazia uso regular de transporte coletivo era a população das classes mais baixas (C e D). Quem tem carro quase nunca abre mão de usá-lo, mesmo quando há outras opções. Transporte coletivo a preços justos são beneficiam quem já está acostumado a utilizá-lo, mas não vai resolver nada do problema do trânsito da cidade.
A Prefeitura não tem que subsidiar nada! Dinheiro público não pode ser usado para garantir o lucro de empresas privadas. Os editais de concessão devem ser mais rígidos, exigindo, dentre outras coisas, margem de lucro máxima permitida. As empresas têm que ser obrigadas a abrir suas planilhas de custo e a sofrer auditorias externas independentes. Ou então, caso nenhuma empresa se interesse em pegar a concessão, que o Estado faça o papel de gestor e mantenedor do transporte público, E AS PESSOAS (QUE ADORAM SE DIZER ‘DO BEM’) QUE TRABALHAM PARA ESTADO, NO SETOR DE TRANSPORTES OU NÃO, DEVEM SER ESFORÇAR PARA DESEMPENHAR SUAS FUNÇÕES COM ÉTICA E RESPONSABILIDADE. Assim, um serviço de transporte mantido pelo Estado poderá funcionar de maneira eficiente a um preço justo (gratuidade NUNCA). Se morássemos na Noruega, certamente teríamos funcionários públicos muito mais zelosos e éticos com seu trabalho, mas como estamos em terras tropicais no Novo Mundo, é cada um querendo seu bolso cheio e o resto que se exploda! Por isso nada funciona…
Niterói pensa pequeno e não sai da imobilidade para a mobilidade.
Boicote a este catamarã. Não vejo outra saída.