Com salários atrasados, profissionais de saúde de Niterói deverão entrar em greve nesta sexta-feira (24/02), para protestar também contra os contratos aviltantes que dizem ter sido obrigados a aceitar da Fundação Municipal de Saúde (FMS) para se manterem empregados. Vão denunciar também a precariedade dos serviços nos hospitais, policlínicas e postos de Médico de Família, onde falta todo o tipo de insumos e de medicamentos básicos.
O atendimento na rede municipal de Saúde já está prejudicado nesta quinta-feira (23). É que sem ter dinheiro para a passagem ou para se alimentar durante o trabalho, muitos profissionais faltaram a seus postos nas unidades da FMS. Se os salários de janeiro não forem pagos até a tarde de hoje, vão paralisar o serviço e protestar amanhã na porta da prefeitura de Niterói.
Esta situação vem sendo denunciada há anos seguidos pela Associação dos Profissionais da Saúde de Niterói e pelo Sindicato dos Médicos. Uma anomalia que não encontra remédio no orçamento municipal, que vem batendo recordes seguidos de arrecadação com royalties de petróleo e a cobrança de um dos IPTUs mais altos do país. No entanto, em vez de comprar medicamentos e remunerar com dignidade o pessoal da Saúde, a prefeitura prefere gastar milhões com a apresentação de shows de cantores famosos e manter uma máquina com 65 secretarias, autarquias e órgãos públicos lotados de comissionados.
Desde o ano passado o prefeito Axel Grael vem prometendo um pacote de obras na Saúde, que incluiria a reforma de cinco módulos do Médico de Família e modernização da infraestrutura tecnológica em 17 deles, além da reforma de outras oito unidades. Mas nada se fala sobre a valorização dos profissionais e da melhoria de condições de trabalho.
A defensora Thaisa Guerreiro, coordenadora de saúde da DPRJ, explicou que a Defensoria Pública vem acompanhando a situação da rede de atenção à saúde em Niterói, sobretudo em razão da promessa de mais de R$ 1,2 bilhões em investimentos no Projeto Niterói 450, que vai contemplar obras físicas, de grande vulto na cidade.
– O desafio de reestruturação da rede municipal de saúde é enorme. Apenas para exemplificar, os dados dos sistemas de informação em saúde comprovam que a cobertura da atenção primária em Niterói caiu de 75,8%, em 2018, para 37,1%, em 2022, o que é extremamente preocupante para uma cidade que já foi referência em atenção básica no Brasil. Tal aspecto se deve sobretudo à gravíssima insuficiência de recursos humanos, medicamentos, insumos e materiais e à precarização da estrutura e dos processos de trabalho – afirmou.
Para a defensora, além da realização das obras anunciadas, é preciso investir na qualidade e resolutividade do serviço essencial de saúde, o que só é possível com efetivo investimento em boas condições de trabalho para os profissionais de saúde mediante bons salários, maior estabilidade do vínculo e disponibilidade dos instrumentos de trabalho e recursos para atendimento à população.
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