Ao justificar a autorização da desaforada devastação de árvores na Boa Viagem, em outra matéria, de quarta-feira, dia 8, este site informa que “a turma do Verde, ex partido de Rodrigo Neves, liderada pelo secretário de Planejamento Axel Grael, comanda e controla a Secretaria de Meio Ambiente, dirigida por Eurico Toledo. Na nota postada no site da secretaria, ressaltam que “o terreno encontra-se (sic) em uma área particular”. E que o pedido de licença para a construção “teve a aprovação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em julho de 2019.
“As licenças ambientais municipais só foram concedidas após a definição das medidas compensatórias, que são a doação para o município de uma área do terreno de 770m² e a implantação de uma praça no local com espécies da Mata Atlântica no paisagismo e equipamentos para área de lazer, além do plantio de 1 mil mudas numa área de 4.650m² no Horto do Barreto, com período de manutenção de três anos. As medidas compensatórias foram amparadas pela resolução SMARHS 01/2017 e o plantio deverá seguir os parâmetros da resolução INEA 143/2017.”
Não é ilegal, mas é imoral.
Os desastres ambientais são uma perversa tradição em Niterói. Desde o final dos anos 1960 as lagoas de Piratininga e Itaipu estão em estado terminal. O jogo de empurra entre governo do estado, prefeitura e governo federal já passa de 40 anos. Rios como o Jacaré e outros córregos na Região Oceânica estão assoreados por causa da ocupação imobiliária livre de suas margens.
Alimentados pelo populismo e pelo misto de falta de respeito e impunidade, os desastres ambientais trazem, também, a ocupação dos morros e outras áreas verdes como atores. As autoridades batem pé, dizem que está tudo sob controle, mas basta olhar e constatar que a expansão é uma realidade.
A escandalosa construção de uma mansão no Morro da Viração, em São Francisco, em 2014, objeto de investigação anunciada pela prefeitura, ignorou as ameaçadas, foi concluída e está lá. Na época o então vice prefeito Axel Grael disse ao Globo que “o que vemos ali é uma obra enorme, acintosa, que provoca um significativo impacto paisagístico. Suspendemos a construção do imóvel e instauramos uma comissão para verificar como foi feito o licenciamento”. Não deu em nada.
Com exceção de Niterói, a questão ambiental mobiliza os governos das principais cidades do país. Um desmatamento como o da Boa Viagem, ocorrido no início da semana, seria inconcebível em qualquer cidade comprometida com a pauta da sustentabilidade, que é mundial. Na melhor das hipóteses faltou sensibilidade as autoridades que autorizaram a derrubada das árvores.
Até quando?
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