Publicidade
Notícias

O que sobrou do Centro de Niterói depois da fusão do RJ com a Guanabara

Publicidade
Bondes e troleibus circulavam pelo centro de Niterói, então capital do Estado do Rio de Janeiro

Nesses 50 anos da fusão do Estado do Rio de Janeiro com a Guanabara, Niterói vive hoje muitos contrastes da época em que era a capital fluminense. Com tristeza, os niteroienses veem o Centro de sua cidade totalmente esvaziado. O pouco comércio ainda aberto é formado por farmácias, ao lado de dezenas lojas fechadas.

Como capital, Niterói abrigava a sede do governo estadual e suas secretarias. E mais as sedes do Tribunal de Justiça, Conselho de Contas, e a Assembleia Legislativa. Então, os fluminenses dos mais distantes municípios – a maioria servidores públicos, principalmente professores que tinham algum assunto a tratar ou documento a assinar na administração estadual – tinham que pegar um ônibus para vir à terra de Arariboia.

Era uma dificuldade fazer uma ligação telefônica intermunicipal. O Diário Oficial do Estado levava dias para chegar àquelas cidades. Até que o jornalista João Batista da Costa criou o Grande Jornal Fluminense, um programa radiofônico que divulgava os atos oficiais. Transmitido pela manhã cedo o programa tinha grande audiência, o que ajudou a eleger o jornalista como vice-governador.

A circulação constante de gente de outras cidades, além de dar vida ao Centro de Niterói, trazia movimento e consumo ao comércio. O traje naquela época em que a cidade tinha poder, era mais formal, os homens circulavam de ternos e gravatas e as mulheres de vestidos. Também não fazia o calor infernal de hoje em dia.

Os points da gastronomia funcionavam com ventiladores de pé. O Restaurante Monteiro que era frequentado no almoço pela nata da política, do mundo jurídico e do empresariado, que ia se deliciar da farta e variada comida de dar água na boca. Já a Leiteria Brasil apresentava pratos simples e saborosos, com uma variedade de opções para o café da manhã, almoço e jantar.

Como a travessia era só de barcas, a Praça Martim Afonso não dava sossego ao cacique Arariboia, que recebia uma infinidade de gente a toda hora, trazendo boa frequência aos dois cafés que ficavam em frente à estação.

Apesar de todo esse grande movimento, a ex-capital era pacata, com as pessoas se sentindo de uma mesma família, cumprimentando-se com simpatia. Por isso, Niterói era conhecida como a Cidade Sorriso.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

Recent Posts

Vereadores autorizam taxa de consumo em espaço público de Niterói

Mãe e filha se espremem na calçada estreita da Rua Capitão Zeferino, em Icaraí, ocupada…

6 horas ago

Niterói ganha mais um desembargador no Tribunal de Justiça do RJ

Ex-presidente Manoel Alberto, o novo desembargador Márcio Quintes com a mãe e desembargadora Norma Suely,…

9 horas ago

Niteroiense encontrada sem vida na Indonésia; família aponta falhas graves no resgate

Juliana só foi resgatada, já sem vida, 86 horas depois de sofrer a queda no…

2 dias ago

Catedral de São João Batista sofre com o abandono do Centro de Niterói

A imponência e beleza arquitetônica da Catedral contrastam com o abandono do Jardim São João…

3 dias ago

Mau tempo adia resgate de niteroiense presa em vulcão na Indonésia

Montanhistas já conseguiram entregar água e comida a Juliana O resgate da niteroiense Juliana Marins,…

5 dias ago

Jovem niteroiense luta pela sobrevivência presa em vulcão na Indonésia

Vídeo feito por turistas espanhóis mostra Juliana caída cerca de 300 metros abaixo da trilha…

5 dias ago
Publicidade