A mudança de gestão do Antonio Pedro (Huap) para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) não precisaria acontecer se a Universidade Federal Fluminense (UFF) tivesse tido capacidade de gerir o principal hospital-escola público da cidade.
A Ebserh vai passar a receber os mesmos recursos federais (via ministérios da Educação e da Saúde; do SUS e até de convênio com a prefeitura de Niterói) para fazer o Huap reabrir leitos fechados há anos; contratar pessoal e ampliar o atendimento médico à população, conjugado com o ensino da Medicina, este por conta da UFF. Faltou, porém, nesta contratação da Ebserh a inclusão de uma cláusula para garantir a reabertura do pronto-socorro.
O Conselho Universitário se reuniu fora da UFF, amparado em medida judicial alegando precisar de segurança já que outras reuniões foram marcadas por fortes protestos de estudantes, médicos e funcionários do Huap. Mesmo tendo sido o conclave realizado em sala da Imprensa Oficial, pouco adiantou a troca de endereço, porque para lá foram os manifestantes.
Em meio à crise econômica, e agora, ainda por cima, institucional, quando muita gente perde o plano de saúde com o desemprego crescente, a saúde pública precisa funcionar bem e melhor. O Huap tem sua origem em um convênio da prefeitura de Niterói com a Universidade. É próprio municipal, mas há mais de quatro anos deixou de receber doentes que espontaneamente batiam à sua porta. A direção do hospital alegava falta de recursos e que somente atenderia casos referenciados.