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Niterói precisa de um síndico com urgência

Escrito por Luiz Antonio Mello às 19:24 do dia 26 de agosto de 2016
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26ago

corrigeNão é preciso ser pitonisa para constatar que o eleitor de Niterói está enfurecido. Com razão. Ele vai as urnas em outubro eleger o prefeito desprezando “empoderamento”, “capilaridade”, “superação” e outras balelas do dialeto pequeno burguês. Niterói exige um síndico, um nome que rasgue o palavrório da moda e ponha a mão na massa. Com urgência.

Vai se sair melhor na eleição quem tiver um currículo consolidado de “fazedor” e não de ilusionista, “vaselina” que fala bonito, tece teorias utópicas, mas na hora do vamos ver finge que não viu. Claro que o partido político do candidato este ano vai pesar muitíssimo. Tradicionalmente Niterói não vota (não adianta forçar) em partidos que estejam envolvidos no lamaçal da Lava Jato, Mensalão e outros escândalos que envergonham o país. Por isso, há candidatos a vereador que omitem sua sigla na propaganda de rua o que é pior para eles*. Pior do que chafurdar num partido podre é tentar enganar o eleitor.

Moro em Niterói desde sempre e, vejam vocês, me perdi no Cafubá semana passada a noite. Desgraças as obras daquele túnel, a prefeitura fez um desvio de trânsito e impediu o acesso a estrada, forçando os carros a seguirem reto na altura do DPO. Só que, mais uma vez possuídos pela incompetência e falta de respeito, os gênios da Visconde de Sepetiba não puseram uma mísera placa de sinalização indicando para onde devíamos ir.

Eu queria ir para Itaipu, mas como? Eu e dezenas de outros motoristas injuriados, andando numa via cheia de tachões detonando a suspensão do carro, tudo escuro, poeirada, risco de segurança pública, buraqueira. Fui salvo pelo aplicativo Waze (também meio desnorteado) que deu pistas para onde ir. E consegui ir.

Depois de passar por mais uma sequência infernal de crateras na estrada transformada em picada, cheguei ao meu compromisso com uma hora de atraso com a sensação de que é mais fácil pegar um foguete e desembarcar em Plutão do que vencer essa odisseia boçal e incopetente imposta pelo desgoverno em vigor.

O candidato a prefeito que vier de “ora direis, ouvir estrelas” vai para o saco. Ando muito pela cidade e o que mais ouço é indignação. O comércio está de meia porta em todos os bairros, da ponta D’Areia a Itaipu. É o caso de perguntar: como estacionar o carro na estrada de Itaipu para comprar um parafuso se não há estrada, não há acostamento, não há placas cínicas do tipo “desculpe, estamos trabalhando pela cidade, estacione ali”, não há nada? Como abrir um negócio no Fonseca onde a violência e o abandono administrativo são flagrantes.

Ao longo da semana, por e-mail, perguntei a dois candidatos o que farão com o Uber se eleitos prefeitos. Aguardo as respostas para publicar aqui, mas deixo claro que o atual prefeito ex-petista (que ainda não se posicionou sobre o assunto) deveria ser justo. Como? Deixar de cobrar dos taxistas todas as taxas municipais para que estes tenham condições de concorrer com o Uber em melhor situação.

Sabemos que o Uber é uma realidade irreversível em todo o mundo, assim como a internet, o celular, o MP3, mas o bom senso alerta que os taxistas, assim como os motoristas do Uber, também tem família para sustentar. Muitos taxistas viveram anos e mais anos surfando na arrogância e comercializando autonomias (concessões públicas) por até 200 mil reais. Com o Uber a jogatina acabou. Hora de zerar tudo e fazer justiça.

Voltando aos candidatos que escondem na propaganda os números dos partidos políticos, aqui vai uma relação. Valem os primeiros dois números, cuja divulgação é obrigatória. Exemplo, se um candidato a vereador é número 99000 o 99 identifica o partido. No caso de prefeito, são só dois números, no caso 99. Veja os números dos partidos:

PT – 13

PMDB – 15

PSB – 40

PSDB – 45

PDT – 12

DEM – 25

Veja todos os números (são os primeiros a direita) neste link: http://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos/registrados-no-tse

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Luiz Antonio Mello
Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.
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