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Niterói perde Monsenhor Elídio Robaina, maior obreiro da igreja católica

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Monsenhor Elidio Robaina durante uma de suas homilias

Niterói perdeu nesta madrugada um de seus maiores sacerdotes, o monsenhor Elidio Robaina, aos 90 anos. Estava internado com problemas respiratórios no Hospital de Icaraí, que lhe proporcionou uma assistência médica digna durante seu longo período de internação.

O velório acontece na Igreja de São Lourenço neste domingo (26/06) até as 19 horas. Amanhã, às 10h o arcebispo de Niterói, Dom José Francisco, vai celebrar missa de corpo presente. Será sepultado às 11h30m na Confraria de Nossa Senhora da Conceição, no Barreto.

Monsenhor Elídio vai fazer muita falta, principalmente aos mais necessitados que, a cada inverno, ele se preocupava em agasalhar. Durante o ano inteiro entregava cesta básica aos que não tinham o que comer; distribuía enxovais as mães grávidas, para que nenhuma criança chegasse ao mundo sem roupa.

Outra coisa que não saia do seu pensamento era o Natal, com a distribuição de presentes para as crianças e cestas para a celebração da noite cristã. Conseguia medicamentos com seus amigos médicos ou os comprava para doar aos doentes carentes.

A sua missão constante era a de evangelizar, encontrando sempre tempo, boa vontade e carinho para ir a casa ou hospitais onde houvesse alguém necessitado de uma palavra de conforto espiritual.

Ficava feliz em praticar qualquer ato bondoso em nome de Deus e da Igreja, passando muitas vezes por cima de trâmites burocráticos para fazer a alegria de uma família católica ou não. Dizendo sempre que sua missão era evangelizar, celebrava missas individuais de aniversários, bodas e por falecimento, além de batizados que realizava com a maior felicidade nos fins de semana, em lindas cerimônias.

Apesar da idade avançada, quanta felicidade ele tinha em celebrar um casamento com a igreja toda florida. Monsenhor Elidio era o maior obreiro da Arquidiocese de Niterói desde quando foi ordenado há 58 anos. Construiu muitas igrejas, como a de Nossa Senhora de Fátima, na Boa Viagem, e reformou outras tantas, entre elas a de Nossa Senhora das Dores, no Ingá; a de São Lourenço onde conseguiu restaurar os enormes sinos; a de São Domingos, e, por último a de São Lucas, patrono dos médicos.

Além dos templos construía prédios para abrigar creches e obras sociais que não tiveram continuidade com as suas mudanças de paróquia. Outro feito importante foi a aquisição de uma bela casa na Rua Presidente Domiciano para servir de residência aos padres quando esses se aposentassem.

Nasceu em 15 de maio de 1932 em Bom Jesus do Itabapoana, demonstrando já na infância sua vocação sacerdotal. Após ser ordenado foi vice-reitor do Seminário São José. Como capelão da Ilha da Conceição construiu a primeira de nove igrejas feitas por ele, a de Nossa Senhora da Conceição.

Foi professor de português, grego, francês, latim e música. Foi pároco das igrejas de São João Batista, em Tenente Jardim, Nossa Senhora das Dores, Ingá; São Lourenço, São Domingos de Gusmão e São Lucas.

É imortal da Academia Fluminense de Letras desde 2016, possuindo uma das maiores bibliotecas particulares de Niterói. De uma simplicidade franciscana, monsenhor Elidio Robaina, gostava de reunir as pessoas após as missas num cafezinho, que ele chamava da amizade, para criar um ambiente de confraternização entre os paroquianos que levavam doces e salgados a serem servidos.

Perdemos um irmão de fé, um verdadeiro santo, de grande cultura, que viveu uma vida inteira praticando o bem, preocupado em socorrer os pobres e em ajudar a qualquer hora do dia e da noite aqueles que necessitassem de sua palavra amiga e de suas orações.

Pedimos a Deus que os ensinamentos de solidariedade e de amor ao próximo do monsenhor Elidio Robaina sejam seguidos e sirvam de exemplos por outros padres. Descanse em paz.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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