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Niterói diz que vai comprar CoronaVac para vacinar população de janeiro a maio

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A corrida pela vacina contra a Covid-19 ganhou hoje novos ingredientes políticos. O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, correu cedo a São Paulo para firmar um protocolo de intenções com o Instituto Butantan, para a compra de cerca de 1 milhão de doses, em três etapas, de janeiro a maio, pagando R$ 57 milhões (cerca de dez dólares a unidade). 

Para permitir a compra de um imunizante do coronavírus, também entrou em cena um vereador de oposição. O psolista Paulo Eduardo Gomes conseguiu aprovar, por unanimidade, na Câmara Municipal lei autorizando a prefeitura a comprar uma vacina. Mas com a ressalva de que o imunizante “seja aprovado pela Anvisa e não seja distribuído pelo governo federal”.

O Instituto Butantan iniciou hoje (10/12) a fabricação de um milhão de doses diárias da CoronaVac. A vacina produzida pelo instituto em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac ainda está em fase de testes, mas tem apresentado bons resultados. A capacidade de envase diário planejado para a vacina no Butantan é entre 600 mil a um milhão de doses. O primeiro lote terá aproximadamente 300 mil doses. Até janeiro, o governo paulista prevê que 40 milhões de doses da vacina serão produzidas.

Rodrigo Neves foi hoje de manhã ao Butantan para assinar com o diretor do Instituto Raul Machado, a intenção de Niterói adquirir 300 mil doses para, no fim de janeiro, imunizar profissionais de saúde e idosos. Para o fim de fevereiro, mais 300 mil doses vacinarão pessoas com comorbidades e profissionais de educação. O cronograma de Niterói contaria com mais 500 mil doses para serem aplicadas no restante da população até maio.

O que esperar da CoronaVac

A professora Clarisa Palatnik, uma das maiores especialistas do Brasil em desenvolvimento de vacinas, titular da UFRJ e editora associada da revista Frontiers of Immunology, diz que a CoronaVac segue uma fórmula tradicional que gera uma forte resposta de anticorpos.

A vacina desenvolvida pela empresa chinesa de biotecnologia Sinovac Life Science é composta pelo coronavírus inteiro, inativado com produtos químicos; por isso não pode mais se replicar e causar doença, mas sua presença pode estimular uma resposta do sistema de defesa. Gera imunidade contra a proteína S, alvo das demais vacinas em fase avançada, mas também contra as demais proteínas do vírus. O adjuvante (substância usada para potencializar o efeito de um imunizante) da CoronaVac é a alumina.

Em testes com macacos, ela eliminou o vírus das vias aéreas superiores e, com isso, fez com que não se tornassem infecciosos ao serem inoculados com o coronavírus. O vírus não foi encontrado nos pulmões. Resultados das fases 1 e 2 em humanos foram apresentados, mas não há ainda resultados da fase 3 publicados em humanos. Estes testes são esperados para breve.

Segundo a vacinóloga Clarisa Palatnik, “até agora, é a única que tem resultados que indicam que poderia proteger contra a Covid-19 e também interromper a transmissão”.

A CoronaVac não apresenta efeitos colaterais severos. Estudos com humanos nas fases 1 e 2 mostraram que causou efeitos leves, como dor localizada e febre baixa, em 30% dos casos, o que é considerado aceitável. Não há relatos de efeitos graves, como mielite transversa e reação adversa de anticorpos (ADE, na sigla em inglês), uma condição que pode matar.

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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