A NitTrans foi obrigada a adiar sine diae, para se adequar a exigências do Tribunal de Contas do Estado (TCE), um pregão que realizaria no mês passado para a contratação, por até R$ 7,933 milhões, de uma empresa de engenharia de trânsito que instalasse e operasse 73 novos equipamentos eletrônicos para controlar a velocidade dos veículos, o avanço de sinal vermelho, a invasão da faixa de pedestre e a invasão de faixa de circulação exclusiva de ônibus.
O contrato antigo com a empresa Sinalização, Gerenciamento e Segurança no Trânsito (Sitran), que desde 2009 operava os pardais em Niterói, venceu há dois anos. A empresa reclama, ainda, o pagamento de cerca de R$ 23 milhões não recebidos.
A instalação, desde setembro do ano passado, de 70 câmeras de monitoramento em pontos estratégicos de Niterói, capazes de identificar carros roubados, furtados ou clonados em frações de segundo, e de emitir um alerta para que o veículo seja interceptado pela polícia, está sendo confundida com fiscalização de trânsito pelos motoristas.
Esses equipamentos que custaram cerca de R$ 6 milhões já deveriam estar funcionando desde dezembro, mas a prefeitura ainda não tem um prazo para o início da operação. O sistema deverá ser operado pelo Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), em Piratininga.
Em 2015, Niterói bateu seu recorde em aplicação de multas de trânsito. Foram 103.295 notificações que, a título de comparação, equivaliam a 36,3% da frota emplacada na cidade em dezembro daquele ano (284.736 veículos).
Em 2016, ano de eleições municipais, as multas foram reduzidas para 78.885 (27,4% da frota de 288.252 veículos).
Em 2017, quando a maioria dos pardais eletrônicos já estava fora de operação, as multas caíram para 32.022 (11,1% da frota), mas em 2018, com o aumento de operações reboque elas subiram para 37.470 (12,8% da frota de 294.399 veículos em dezembro).
Com pouca oferta de vagas de estacionamento na cidade, a NitTrans autorizou, sem ônus para o município, o funcionamento da empresa Zap Log a rebocar e remover carros para seus dois pátios instalados em Niterói.
Em operações realizadas, a maioria delas, em conjunto com o Detran para a verificação do licenciamento anual do veículo, e outras para reprimir o estacionamento em locais proibidos, a NitTrans multa motoristas e a Zap Log reboca, recebendo dos donos dos carros uma taxa de R$ 128,50 pelo serviço do guincho e mais R$ 55,98 por dia de estada em um dos dois depósitos da Pátio Fácil em Niterói, no Centro e em Piratininga.
Para as multas aplicadas pelos pardais eletrônicos terem validade a legislação exige que o equipamento tenha sido aferido pelo Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-RJ), e esteja dentro da validade anual da aferição.
Com o fim do contrato, há dois anos, com a empresa Sinalização, Gerenciamento e Segurança no Trânsito (Sitran), não há mais fiscalização eletrônica em Niterói, a não ser a realizada pela Autopista Fluminense em quatro pórticos da BR-101 dentro dos limites do município, e em outros seis pontos da RJ-104 (nos quilômetros 1,5 e 3,5 da Rodovia Amaral Peixoto, em ambos os sentidos), fiscalizados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ).
O motorista que receber um auto de infração gerado por pardais pode conferir no site do Ipem se o equipamento está com a aferição em dia. Se estiver vencida a aferição do aparelho que registrou a infração, a notificação de autuação deverá ser cancelada pelo órgão emissor.
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