Na semana, passada, quando soube que a próxima novela da TV Globo vai ser ambientada no Morro da Penha, na Ponta D’Areia, resolvi voltar às minhas origens de infância e juventude, subindo sozinho de carro até a caixa d’água que fica no ponto alto do bairro tranquilo, onde o comerciante Marcelo da Conceição foi barbaramente assassinado na madrugada desta quarta-feira. Pouco antes de ser morto, ele defendia o bairro, dizendo que ali havia tranquilidade para se viver.
Quando estive em seu restaurante, há dez dias, encontrei-o almoçando com a mulher e duas empregadas e ele convidou-me para comer um delicioso prato feito, com carré, feijão, arroz, aipim frito, tudo simples e gostoso.
No sábado passado, resolvi voltar ao Decolores na companhia de Osmar Buzin, do Noi. Passamos a tarde comendo sardinhas, pastéis de siri e de camarão, além do seu bolinho de bacalhau, quando ele manifestou o desejo de poder oferecer o chope do Noi em seu bar e restaurante.
Desde a minha infância, quando estudei nos colégios Raul Vidal e Plínio Leite; frequentei a praia da Vitamina e o clube Fluminense de Natação e Regatas, esse bairro próximo do Centro de Niterói já se destacava como uma ponta de tranquilidade, com sua gente humilde e trabalhadora, seus morros sem vícios e sem drogas, enfim um lugar prazeroso para se morar.
Espero que apesar dessa tragédia violenta, com a perda de uma figura querida e conhecida, o bairro continue a ser o mesmo, onde a paz reine em suas ruas como sempre foi.
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