Morre mais um conhecido médico de Niterói. Desta vez não foi de Covid-19. Nedio Mocarzel, 92 anos, faleceu em casa, mas não teve a homenagem merecida nem o último adeus dos amigos no jazigo da família no Maruí. Somente familiares puderam estar presentes, evitando aglomeração, por determinação das autoridades da Saúde aos cemitérios.
Formado na Faculdade Brasileira, hoje UFRJ, levou uma vida inteira dedicada à medicina do trabalho e ocupacional. Chefiou por décadas o Serviço Médico da Petrobras e da Reduc em Duque Caxias.
Foi secretário de Saúde de Niterói, no governo Moreira Franco, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio, diretor da Unicred, e teve participação ativa nos clubes de serviço, além de uma vida social intensa na cidade.
Seus pai libanês, Theofilo, aos 18 anos fugiu durante a guerra para a França, depois para o Brasil. Veio parar em Itaocara e depois em Niterói, onde abriu um café na Avenida Amaral Peixoto com Visconde de Uruguai. Com a desapropriação da Avenida para alargamento, perdeu o bar e uma loja de tecidos na Rua da Conceição.
Tufi, como ficou conhecido, casou com a niteroiense Julia, de 14 anos, com quem teve seis filhos, o médico Nedio, o economista Evaldo, o advogado José e as professoras Edith, Liete e Rosa.
Nedio, em parte da infância e juventude, ajudava o pai no bar, enquanto estudava medicina. No início da carreira foi clínico geral.
Espírito brincalhão e gozador, com voz de barítono, cantava os hinos do Líbano e a Marselhesa, da França.
Deixa quatro filhos, Luiz Octávio, conceituado clínico geral; Márcia, Antônio Cláudio e Ana Luzia, além de seis netos.
Era casado em segundas núpcias com Delva Pinheiro, mãe do cantor e compositor Biafra.
O dr. Nédio, com o mano Ewaldo, eram apaioxonados construtores do Canto do Rio FC, Teveuma vida social intensa como presidente do clube Gragoatá e da Casa da Criança, com o parceiro, Sérgio Bousquet, além de ter ajudado a criar a Associação dos Moradores de São Domingos. Hiomem sereno,. de visão, já pela imagem física inspirava respeito e admiração. No foinal da década de 80, na Casa do Médico, que ajudou a construir, foi um dos destaques na festa “Obrigado Doutor”, promovida por um diário e um semanário de Niterói.
Olá Gilson, sou a Márcia filha do Nedio…. agradeço muito sua reportagem, da uma ideia do maravilhoso e virtuoso homem que meu pai é, e continuará sendo em outra dimensão. Você apenas teve um pequeno equívoco nos nomes dos filhos… Márcia, Antônio Cláudio, Luís Otávio e Ana Luzia.
Nada que desmereça o brilhante relato que você fez, mas apenas para seu esclarecimento.
Gostaria de receber uma cópia desta tua eeportagem por e-mail, para guardar pra sempre…. é possível?
Muito obrigada de qualquer forma.
Att.,
Márcia Teresinha Cardoso Mocarzel
Descanso e paz ao grande Doutor Nédio Mocarzel que empenhou a vida para aprimorar condições de saúde e trabalho na empresa Petrobras e em sua refinaria de Duque de Caxias. Esse texto com a síntese de sua vida faz jus ao médico e ao bom filho e chefe de família que soube honrar inclusive as tradições libanesas aqui prolongadas e cristalizadas no país e em Nierói que os acolheu como filhos perfeitos.