Criados há mais de 30 anos para dar assistência primária à saúde em Niterói, os módulos do Médico de Família estão relegados ao abandono pela prefeitura que arrecada bilhões com royalties do petróleo e com um dos IPTUs mais caros do país. O mofo toma conta das instalações, algumas com teto desabando, como o da Vila Ipiranga.
A Associação dos Servidores de Saúde de Niterói denuncia que, além de equipes incompletas, sem médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem há módulos interditados por insalubridade. E onde não faltam profissionais, as equipes do Médico de Família se revezam por falta de espaço para prestar atendimento nos consultórios.
O médico César Braga Macedo, presidente da associação, diz que “a precarização dos serviços afeta diretamente os profissionais, prejudicando sensivelmente a população. Precisamos dar um basta neste descaso do governo municipal. Somente com luta podemos transformar esse quadro caótico na rede municipal de Saúde”.
Na Vila Ipiranga, o teto do posto desabou. Não houve vítimas porque não tinha ninguém sendo atendido no consultório onde o forro de gesso caiu sobre a maca. No Barreto, o módulo Leopoldina está fechado para obras e os pacientes hipertensos e diabéticos precisam se deslocar até o posto do Maruí, mas o acesso é feito por ruas com asfalto e calçadas esburacados, além de o transporte até lá ser difícil.
Em Santa Bárbara, a unidade municipal está com banheiros e consultórios interditados; a infiltração causa mofo nas paredes e vazamentos do teto. A câmara de conservação de vacinas está desligada, por falta de instalação elétrica adequada.
De nada adiantaram as solicitações para o conserto do vazamento do telhado por parte da gestão. Ao invés de obra para remoção da camada de mofo, foram feitas ações paliativas, como pintura das salas. Os locais mais afetados são: consultório odontológico, que está atualmente desativado por não ter condições para funcionamento, e a sala de vacinas.
O Médico de Família do Cavalão é outro exemplo do descaso da gestão municipal de Niterói com a saúde. O posto não conta com informatização nem climatização. Suas duas equipes estiveram desfalcadas quase dois anos com falta de um médico, prejudicando o atendimento aos pacientes. Paredes mofadas e com reboco solto aumentam os problemas na sala de acolhimento. O espaço dos consultórios é pequeno. Em um deles, não cabe a maca para exame dos pacientes. O equipamento fica na antessala.
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