Publicidade
Notícias

José Carlos Morais, 72 anos, fundador do Cadeiras na Quadra em Niterói

Publicidade

Guga e José Carlos Morais, fundador do Cadeiras na Quadra

O médico José Carlos Morais, precursor em 1978 do tênis em cadeiras de rodas no Brasil e uma das histórias mais incríveis de superação, um dos mais antigos moradores do Condomínio Ubá Floresta, na Região Oceânica, faleceu hoje, aos 72 anos, de infarto.

Estava internado há dois dias no Copa D’Or, com uma infecção urinária. Ontem, mandou mensagem contanto que faria um cateterismo hoje manhã, mas faleceu de madrugada.

Foi o primeiro tenista a disputar em 1996 a Paralimpíadas em Atlanta e lançou em Niterói o Cadeiras na Quadra, em 2009. Ele dizia que o esporte tinha sido decisivo para sua reabilitação. Por isso, o objetivo do projeto era ajudar outros cadeirantes.

Uma história bonita, mas ao mesmo tempo trágica. O bonito e forte gaúcho, formado na Faculdade de Medicina de Pelotas, veio fazer residência médica no Rio de Janeiro.

Na festa de despedida do término do curso, em 1972, aguardava com uma colega um táxi na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, quando dois casais em um fusca anunciaram o assalto. Mesmo levando a bolsa da moça, atiraram e José Carlos caiu. Com sua experiência de médico percebeu: “Estou paraplégico”.

Não voltou mais para os pampas, escolhendo Niterói para morar.

Foram 20 dias de CTI

Há dois anos, com 70 de idade, levou a experiência de 45 anos em cadeira de rodas para o livro “Roda Vida- memórias de um cadeirante”, da Editora Jaguatirica, onde relata:

“Sentia-se um nada, um corpo aleijado e feio, metade insensível”.

José Carlos seguiu em frente e se tornou um dos precursores na luta pelos direitos das pessoas com deficiência – pioneiro no esporte – implantou o tênis de cadeira de rodas no Brasil.

Professor do Departamento de Patologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, José Carlos participou de três paralimpíadas e nove Copas do Mundo em cadeira de rodas.

O gaúcho de Pelotas, niteroiense de coração, vai deixar saudades pela sua alma caridosa e de solidariedade, além de seu espírito alegre, sua rara inteligência e por todos os exemplos que deu para todos.

 

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

Recent Posts

Vídeo viral mostra jiboia passeando em praia de Niterói e assusta banhistas

Vídeo mostra jiboia serpenteando pelo calçadão da Praia de Itacoatiara, na Região Oceânica de Niterói…

33 minutos ago

Marcos Flávio celebra 80 anos com festa histórica no berço do futebol brasileiro

Roberto Nolasco, Marcos Flavio. Jorge Bellas, Comte Bittencourt e o desembargador Custódio Tostes no concorrido aniversário…

2 dias ago

Medicina da UFF celebra 100 anos com homenagem especial em Niterói

O novo prédio da Faculdade de Medicina da UFF no Bairro de Fátima, ao lado…

4 dias ago

Bonsai Preventório inaugura inclusão onde prefeitura falha em Niterói

Crianças participam da pintura da fachada do projeto social no Preventório / Foto: Divulgação Enquanto…

1 semana ago

Nova lei do lixo cria mais despesas para condomínios de Niterói

A partir de outubro, sacos de lixo deverão ficar dentro de contêineres à espera da…

2 semanas ago

Em Niterói até mendigo tem CNPJ no império de papel do Rei dos Empréstimos

Ruas de Niterói abrigam alguns CEOs das empresas de papel descobertas pela Polícia Federal Se…

2 semanas ago
Publicidade