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Executivo deixa a Enel após 42 anos de trabalho iniciado na antiga CBEE

Escrito por Gilson Monteiro às 12:07 do dia 1 de outubro de 2019
Sobre: Fim de um ciclo
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Ao passar pela última vez na catraca o crachá de funcionário da Enel, ontem às 18h, dia em que completava 42 anos de serviços ininterruptos prestados, é como se tivesse desarmado a chave geral e ligado um gerador de alta potência para iluminar seus novos caminhos e desafios daqui para frente.

Ewandro Naegele Moreira, 59 anos, se desliga da Enel, concessionária de energia elétrica, em que entrou quando a empresa era a CBEE. Ele cursava o terceiro ano de Engenharia, sendo efetivado como engenheiro dois anos após, e seguiu carreira nas sucessoras Cerj, Ampla, Endesa e Enel.

Em sua última mensagem de “Olá pessoal”, como sempre se dirigiu aos funcionários, além do agradecimento, disse que era preciso entender o fim do ciclo, como forma de movimento da vida.

Passou 25 anos na área técnica, acabando com muitos apagões e lembrando que o racionamento de 2001, foi o mais complicado para todo mundo.

Depois, comandou a diretoria de Comunicações e Relações Institucionais, onde diz que aprendeu muito. Me preparava para falar com a imprensa, porque depois que você deu a informação, ela não é mais sua.

Desafios, alegrias e tristeza

Um dos maiores desafios foi ficar 13 anos à frente da Diretoria de Recursos Humanos da maior distribuidora de energia elétrica do país, com 11 mil empregados. Pela lisura dos contatos, foi homenageado por dirigentes de sindicatos de trabalhadores do Estado do Rio, Ceará, São Paulo e Goiás, em recente encontro realizado em Fortaleza.

A maior alegria, foi a privatização da CERJ, quando saiu de um modelo corporativista para um de resultado e eficiência. “Empresa de governo é muito politizada”, diz Ewandro.

Hoje a empresa pertencente a um grupo italiano e presidida por Nicolau Cotugno, é a maior distribuidora do país, com 17,5 milhões de medidores instalados, atendendo a cerca de 60 milhões de pessoas em quatro estados.

Tristeza foi ver alguns colegas morrerem por trabalharem com muito risco. Hoje, a empresa tem na Segurança do Trabalho, o seu maior valor.

Sempre teve resiliência, facilidade de se adaptar às mudanças e dançar conforme a música.

– É uma maneira de compreensão e de ajudar a empresa a crescer – disse Ewandro.

Agora ele pensa somente em juntar toda a sua energia para participar no dia 20, com o filho, da Maratona de Lisboa, que percorre 21 quilômetros entre a ponte Vasco da Gama ao Parque das Nações.

Sua carreira, porém, ainda está longe da linha de chegada. Logo, logo, num clique ele será religado ao mercado, dada a alta voltagem de sua capacidade gerencial.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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