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Estádio Mestre Ziza precisa ser recuperado para os Pan-Americanos em Niterói

Escrito por Gilson Monteiro às 10:15 do dia 7 de fevereiro de 2025
Sobre: Bola com o estado
  • Estádio Mestre Ziza, Niterói
07fev
Estádio Mestre Ziza perdeu sua função principal desde que o Botafogo trocou-o pelo Engenhão

Com grandes chances de Rio e Niterói sediarem os Jogos Pan-Americanos de 2031, a bola está com o governo estadual. É essencial para esse projeto esportivo que o RJ peça ao Botafogo para devolver o Estádio Mestre Ziza, que fica no Complexo Caio Martins, em Icaraí. O estádio, atualmente abandonado e subutilizado, perdeu sua função principal desde que o clube da Estrela Solitária passou a utilizar o Estádio Nilton Santos, conhecido como Engenhão, na Zona Norte carioca.

Um outro ponto de negligência é a ausência, até hoje, da placa com o nome Mestre Ziza no estádio. A homenagem a Zizinho, um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, fica em branco. Leis do vereador e depois deputado Wolney Trindade, aprovadas na Câmara Municipal de Niterói e na Alerj rebatizaram o estádio em 2002.

Dizem até que, pelo fato de Zizinho ter jogado a maior parte de sua carreira no Flamengo, isso justificaria a falta de interesse do Botafogo em prestar essa homenagem.

O Estádio Mestre Ziza poderia ser utilizado como mando de campo para partidas dos times do Leste Fluminense, como Maricá, Sampaio Correia e Boa Vista, que disputam o Campeonato Carioca. Além desses, o estádio também poderia servir às equipes do Niteroiense e do Gonçalense, que participam de campeonatos em outras categorias da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.

Zizinho, ídolo de Pelé

Para contextualizar os leitores mais jovens, a coluna apresenta um resumo da carreira do mestre Ziza, ídolo de Pelé, que o considerava um dos maiores craques do futebol brasileiro.

Thomaz Soares da Silva nasceu em São Gonçalo em 1921, mas Zizinho começou sua carreira em Niterói, onde seu talento foi rapidamente reconhecido. Ainda criança, mudou-se para a cidade, e logo se destacou, abrindo caminho para outros craques niteroienses como Gerson, Leonardo, Zé Maria, Jair Marinho e Altair.

“Ele era, ao mesmo tempo, o pianista e o carregador do piano”, dizia o jornalista Armando Nogueira.

Aos 18 anos, Zizinho foi para o Flamengo e rapidamente se tornou titular, jogando ao lado de lendas como Domingos da Guia e Leônidas da Silva. Impressionou o técnico Flávio Costa e estreou no Flamengo em 1939, ajudando o time a conquistar o campeonato Carioca daquele ano.

Zizinho era um meia completo, conhecido por seu drible, passe, chute e bola parada. Ele foi convocado para a Seleção Brasileira aos 21 anos e disputou os Campeonatos Sul-Americanos de 1942, 1945 e 1946. Em 1949, ajudou o Brasil a conquistar o título do Sul-Americano, marcando cinco gols em sete jogos.

Em 1950, foi o principal jogador brasileiro na Copa do Mundo, mas o Brasil perdeu para o Uruguai na final. Depois da Copa, jogou pelo Bangu, onde teve grandes atuações, mas não conquistou mais títulos importantes. Pela seleção, disputou mais dois Sul-Americanos e até hoje é o maior artilheiro da história da Copa América, com 17 gols em 33 jogos.

Zizinho também teve sucesso no São Paulo, Uberaba e, aos 40 anos, encerrou sua carreira no Audax Italiano do Chile em 1962, mesmo ano em que a seleção brasileira conquistava o bicampeonato mundial de futebol. Em fevereiro de 2002, faleceu em Niterói aos 80 anos.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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