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Chalé de Icaraí vende seus petiscos em ‘delivery’, mas sem o chope gelado

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Nessa quarentena de 90 dias tem muita gente se virando como pode para manter seus negócios. O Chalé de Icaraí, tradicional reduto da boemia de Niterói, passou a oferecer seu cardápio de petiscos pelo sistema de delivery. Só o chope da Brahma, procurado por ser bem tirado e estar sempre gelado, ficou de fora.

No menu do único bar autorizado pela prefeitura, há mais de seis décadas, a funcionar na Praia de Icaraí, estão as famosas empadinhas de camarão; sanduíches, com destaque para os de pernil, carne assada e filezinho de carne; pastéis grandes de carne, queijo e camarão e muito mais tira-gostos.

No delivery, o Chalé mantém no cardápio porções de gurjão de peixe, camarão frito, fígado de frango, moela de galinha, frango a passarinho e o filé mignon aperitivo. Os pedidos devem ser feitos pelo telefone 2622-0753. Se preferir, o freguês pode passar de carro na porta do bar e pegar seu pedido na hora marcada.

Reduto boêmio de Icaraí

O bar sempre fechava tarde da noite e foi ponto de partida de acontecimentos e manifestações públicas. Ali se concentravam foliões de blocos de carnaval, participantes de Parada Gay, de marchas católicas e evangélicas, além de ser ponto de reunião de torcidas organizadas. O Chalé também sempre foi palco de comemorações de vitórias eleitorais e de campeonatos de futebol.

Com o curso de Jornalismo e de Cinema funcionando por bom tempo atrás do prédio da Reitoria da UFF, o bar virou point de professores e alunos que atravessavam a rua para bebericar e bater papo.

Foi numa mesa com vista para a praia que o cineasta Nelson Pereira dos Santos convidou o professor e médico nefrologista Eduardo Imbassahy para fazer parte do elenco de “Como era gostoso o meu francês”. O papel do doutor era o de pajé da aldeia Tupinambá.

O filme ficou pronto no início da revolução de 1964. Foi censurado e sofreu cortes até conseguir estrear em fevereiro de 1972.

Com o esvaziamento do Centro e o fechamento da Leiteria Brasil, houve uma transferência de parte dos clientes para o Chalé, que durante anos foi um nicho da política niteroiense. Por suas mesas passaram homens da imprensa, advogados, jogadores como Zizinho, professores e estudantes universitários.

Dois jornalistas continuam batendo ponto naquele refuto da boemia. Jourdan Amora, o decano da imprensa niteroiense diz que vai ali ainda em busca de notícias, e Oswaldo Manescki, da primeira turma de Jornalismo da UFF, que tinha aula em frente, sempre vai lá reencontrar velhos amigos.

O Chalé abriga muitas tribos e guarda muitas histórias. Inclusive as de um assíduo frequentador, o folclórico Robertinho Sacanagem, que certa vez roubou um trólebus para passear com a namorada.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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