“Você pode ir à farmácia, comprar um remédio e achar que é a solução para os problemas. No meu caso, minha peça é uma forma de aliviar o peso da existência, reflete como eu vejo as pessoas, como sinto o mundo louco em que vivemos, é uma catarse”, diz Pedrosa.
A argila queimada revela séries como “O culpado de tudo”. Em um dos objetos, o homem é dividido ao meio, metade é luz, o lado bom que todos querem exaltar, e a outra é sombra, o lado negro a esconder. Nas dez faces de “Vergonha do ser humano”, por sua vez, há um duplo sentido: “O homem que é uma vergonha pelas atitudes deploráveis para com o próximo e com o ambiente em que vive e, ao mesmo tempo, a vergonha de pertencer a esta espécie que tanto mal faz. E aí me incluo porque sou também humano, cheio de falhas e contradições”, desabafa o publicitário que há dois anos fechou escritórios para se dedicar inteiramente a seu talento. Já em “Assim caminha a humanidade”, o niteroiense aborda o tema dos refugiados.
Apesar dos 25 anos de escultura, foi há cinco que ele resolveu se reinventar unindo Expressionismo, a manifestação da subjetividade, com Arte Contemporânea, repleta de linguagens, tendo como resultado uma explosão de tonalidades, bem distante da “terracota crua” a que estava acostumado. “A cor acabou virando uma isca, eu faço o espectador se aproximar através dela e quando ele entra toma um choque porque a imagem é bruta, a mensagem faz dar uma desequilibrada”, explica, “Comecei a reparar no tempo que as pessoas investem observando a peça. Gastamos em média de dez a trinta segundos em frente a uma obra. Nestes trabalhos já vi espectadores minutos e minutos lendo cada detalhe, entendendo as palavras escritas na cerâmica e as expressões”.
Angelina Accetta, coordenadora da Galeria, classifica a mostra de Pedrosa no Unilasalle-RJ como mais uma forma de convidar à “reflexão sobre o respeito à diversidade”, presente em mostras anteriores. “Seu repertório nos faz despertar para uma análise sobre os movimentos sociais, bem como sobre as nossas ações perante a comunidade humana. Entre o Expressionismo e a poética do gesto, ele capta o indizível, dando cor, forma (e voz) às figuras que revelam além das nossas próprias fronteiras, outra dimensão do vivido”, resume.
A Galeria La Salle fica na Rua Gastão Gonçalves 79, em Santa Rosa, Niterói, e funciona das 9h às 21h, de segunda a sexta-feira.
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