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Coluna do LAM

A bordo do bar Divino, em São Francisco

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Existe um ótimo lugar em Niterói. Um dia desses, o amigo Milton Almeida, conhecido na cidade como Miltão, me levou ao Bar Divino, que fica na Rui Barbosa, em São Francisco. Foi num fim de tarde que entramos naquele lugar simpático, animado, altíssimo astral e o Miltão foi recebido com muito carinho por todos. Eu também, apesar de desconhecido na área. Quer dizer, eu achava que era desconhecido na área, mas logo alguns conhecidos, leitores, ouvintes se revelaram e um deles afirmou que “não existem desconhecidos em Niterói”. Impressionante como esta Coluna do Gilson é lida pela cidade.

Miltão deveria ocupar o imaginário cargo de “Ouvidor Existencial” pela maneira generosa e sábia que trata dos desabafos dos amigos. Ficamos conversando sobre as ondas gigantes dessa vida que procuramos surfar com coragem, mas às vezes temos que recuar para bem longe da arrebentação e esperar um swell. Segundo o dialeto do surfe, swell uma ondulação no mar contínua e sem correntezas. Mar liso, limpo.

Depois nos juntamos a um pequeno grupo e o assunto passou a ser Niterói. Entre as pessoas estava o Júlio, cineasta que defende um tratamento urbanístico decente para a região de Jurujuba (FOTO). Concordei. Jurujuba é um lugar lindo, vítima da insana poluição da Baía de Guanabara, mas que poderia estar bem melhor. Afinal, são raros os lugares com ângulos visuais tão especiais e surpreendentes.

Aproveitei e defendi a urbanização da Praia de Itaipu, também histórica, que merecia um bom tratamento e brilhar como ponto turístico de importância para a cidade. Algo como uma mini Ferness, pequena e bucólica cidade na costa da Escócia que tem tudo a ver.

Inspirados, todos falamos de tudo, da fuga da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808 (quilômetro zero da corrupção crônica do país), explosão populacional, candidatos bizarros as eleições, cinema, revoluções, paz, amor, música. E como sempre acontece nos bons e fraternos bares, “resolvemos” todos os problemas do mundo e fomos embora, com a sensação de desabafo feito.

 

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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