Antes de a tocha Olímpica circular por 328 cidades brasileiras até a sede dos jogos no Rio de Janeiro, a presidente Dilma Roussef aproveitou a cerimônia de acendimento do archote, na manhã de hoje, no Palácio do Planalto, para atochar de críticas a oposição que pede o seu impeachment e dizer que o Brasil saberá receber bem os atletas e os visitantes. Só não falou do perigo do zika vírus, que o Ministério da Saúde não teve competência para combater com eficiência, nem do vírus da gripe H1N1 e da falta de vacina em muitos postos de vacinação país afora.
— Conhecemos a instabilidade política. O Brasil será capaz de, mesmo convivendo com um período difícil, muito difícil, verdadeiramente crítico da nossa história e da história da democracia do nosso país, conviver porque criamos todas as condições para isso com a melhor recepção de todos os atletas e de todos os visitantes estrangeiros – disse Dilma.
Seu arqui-inimigo Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, e principal articulador do processo de impeachment, é outro que também demonstra fôlego olímpico ao nadar de braçada no mar de acusações que pesam contra ele. Vai ter mesmo que usar toda a sua verve para vencer a corrida de obstáculos e tentar um salto à distância das acusações da Procuradoria Geral da República. Segundo o jornal Valor Econômico, o procurador Rodrigo Janot está pedindo ao STF 184 anos de prisão para Eduardo Cunha e a restituição de US$ 80 milhões, citando casos de corrupção e mais de 60 manobras diferentes de lavagem de dinheiro que teriam sido praticados pelo deputado.