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A rua do vale tudo em Niterói

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A Eduardo Luiz Gomes, uma rua que juntamente com a Moacir Padilha liga o Centro à Zona Sul de Niterói, acumula todo o tipo de desordem urbana. Na rua do vale tudo flanelinhas fazem motoristas estacionar irregularmente nos dois lados da pista estreita, no trecho entre o Niterói Shopping e a rampa de acesso à Quinze de Novembro. Dali em diante, são moradores do Morro do Estado que param seus carros na rua que concentra o maior número de bares e biroscas da cidade. São quinze, ao todo, em um espaço de trezentos metros de extensão.

Qualidade de vida somente no discurso de políticos fanfarrões que ali colhem votos para se eleger e logo cedo se esquecem do povo sofrido da favela, que se vira como pode, largado à própria sorte pelo poder público.

Quando ainda eram poucos os carros de moradores do Morro do Estado, uma secretária municipal chegou a anunciar um projeto para construção de uma garagem para atender à comunidade. Hoje, com tantos carros estacionados na Eduardo Luiz Gomes, mais o movimento frequente de caminhões que entregam bebidas para as biroscas, o trânsito só consegue funcionar de manhã ao início da noite em esquema informal de ‘pare e siga’, já que em vários pontos sobra espaço apenas para um carro subir ou descer a rua.

Durante as manhãs, mais de uma dezena de táxis fica estacionada entre a esquina da Rua Araújo Pimenta e a Fagundes Varela, afunilando também a Rua Moacir Padilha no acesso a Icaraí e ao Ingá.

O passeio público é tomado por mesas e até balcões de alvenaria em frente a algumas das 15 biroscas. Dois “lava-jatos” ajudam a tumultuar o trânsito e, mais recentemente, o morador de uma casa em frente a Quinze de Novembro levantou pilotis e ocupou a calçada fazendo um puxadinho para servir de garagem a seu Fusca. Pedestres obrigados a andar pelo asfalto se arriscam em meio ao trânsito.

Tão zelosa em fazer cumprir o Código de Trânsito Brasileiro, rebocando carros estacionados em local proibido, a microempresa individual Zaplog Serviços e Transportes em Geral, ao que tudo indica, não ousa prestar seus serviços à prefeitura na Rua Eduardo Luiz Gomes.

Fiscais de obras e de posturas são outros que não dão as caras na rua do vale tudo. A Secretaria de Ordem Pública também não aparece com seus guardas municipais, nem a Secretaria de Fazenda fiscaliza a proliferação do comércio informal.

De dois em dois anos, porém, durante as campanhas eleitorais não faltam cartazes de candidatos a prefeito, vereador, deputado, governador e até presidente da República. Nessas horas sobram promessas políticas nunca cumpridas.

 

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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