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Niterói ignorou os 100 anos do palhaço Carequinha

Escrito por Luiz Antonio Mello às 09:25 do dia 13 de agosto de 2016
Sobre: Tá certo ou não tá?
13ago

CarequinhaO palhaço Carequinha faria 100 anos ano passado. Como milhares de niteroienses esperei até hoje uma homenagem à altura do grande artista por parte da prefeitura. Nada foi feito.

George Savalla Gomes, o nosso Carequinha, morreu aos 90 anos em 2006 e deixou uma bela história nos corações de várias gerações de niteroienses que, é claro, esperavam que a prefeitura de Niterói reverenciasse o eterno palhaço por tudo o que ele fez pela cultura popular da cidade.

O fato de o prefeito ex-petista não ter nascido em Niterói não justifica. Carequinha nasceu em Rio Bonito e boa parte da população da cidade nasceu em outros municípios e estados, mas nem por isso deixaram de sentir paixão, amor, afeto profundo por Niterói. Ele nasceu no Circo Peruano e viveu em São Gonçalo, cidade que celebrou muito o seu centenário.

Entrevistei Carequinha inúmeras vezes. Apaixonado por crianças foi a dezenas de formaturas de adultos seus fãs na infância. “Já formei professores, médicos, engenheiros, é muito emocionante saber que os doutores de hoje foram me prestigiar na infância”, me disse. A sua agenda estava sempre cheia. Celebridade nacional, teve programa no rádio, na TV, gravou vários discos.

Seu amor por Niterói era muito especial. “Eu amo essa cidade e sou muito grato a ela”. Em 1987, numa matéria especial que fiz sobre uma de suas turnês de fim de semana (ia a várias festas de aniversário, homenagens, fez shows em TV), falamos sobre a tragédia do Circo Pan Americano, cujo incêndio matou mais de 500 pessoas em 1961. Com os olhos rasos d’água o palhaço comentou que “jamais esquecerei daquele dia…jamais…um dos dias mais tristes de minha vida e da vida de Niterói. Entendo a rejeição da cidade aos circos…entendo porque foram perdas irreparáveis”.

Apesar da fama nacional, Carequinha fazia questão de estar presente em festas de aniversário em toda a cidade. “Sou filho do circo. Meus pais eram trapezistas. Nunca pensei em fazer outra coisa, por isso dedico todos os dias de minha vida ao meu delicioso trabalho”, me contou. Ele fazia questão de dedicar boa parte da agenda as comunidades carentes onde fazia shows sem cobrar nada.

Minha última entrevista com ele foi em 2005, por telefone. Ele disse que esperava chegar aos 100 anos “nos picadeiros da vida, onde existir uma criança precisando sorrir e nós sabemos que elas são muitas”. O destino abreviou o seu sonho, mas a bela herança do maior palhaço do Brasil permanece ecoando por várias gerações.

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Luiz Antonio Mello
Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.
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14 thoughts on “Niterói ignorou os 100 anos do palhaço Carequinha

  1. Caro Gilson.
    Devo assinalar que a SFF, Sociedade Fluminense de Fotografia, fez uma bela exposição fotográfica com a presença de parentes do artista na inauguração. Mas de resto, zero..

  2. Amo as músicas do palhaço Carequinha e gostaria muito de fazer uma homenagem não so pra ele mas também pra meu avô o palhaço Major Palito que faleceu a três meses com 84 anos de idade e mais de 50 de palhaço ,sou o Palhaço Pirueta e se um dia me cnvidar terei o prazer de cantar e tocar com a minha sanfona musicas do queridíssimo Carequinha um grande abraço

  3. Lamento sua desinformação; o querido Palhaço Carequinha foi amplamente homenageado em uma exposição, no Teatro Municipal de Niterói, com uma exposição especial, feita por Teca Nicolau, curadora da Sala Carlos Coito. A fotos, vídeos e livro de assinaturas. Há, também, artigos em jornais; é só pesquisar, meu querido.

    1. Por que então não houve divulgação de alcance popular, senhora Deise Batista? Por que as homenagens não foram numa lona de circo cultural, no espaço do teatro popular, onde existe visibilidade para o povo. Achar que o Teatro Municipal, espaço elitista, onde acontecem is eventos mais caros de Niterói, fosse o espaço correto para o artista Carequinha, é muita burrice é incompetência. Carequinha é bem maior, ele é a expressão popular!

  4. Sua primeira apresentação pública foi em Carangola, MG. por onde o circo passava. Mais tarde recrutou lá o anãozinho Meio Quilo, que era garçom num clube da cidade.

  5. Tenho orgulho de ter trabalhado como músico da banda OS FALCÕES REAIS de Barra Mansa.Hoje moro em Niteroi-RJ, assisti pela última vez o espetáculo do Carequinha na Cantareira, vi pela última vez sua montagem do personagem… Um detalhe,, depois de muito tempo sem nos ver, ele me olhou, reconheceu e me chamou pelo apelido que me deu na TV Tup, me chamou de cabelinhos de seda, fiquei como estou agora muito emocionado… Boa lembrança!

  6. Eu o homenageei em vida com uma exposição fotográfica de suas apresentações na Lona Cultural de campo Grande/RJ, ele veio abrir a exposição e fez o seu último show no PASSEIO SHOPPING pois 9 dias depois veio a falecer. Em 2 de julho até 28 de agosto de 2015, o Teatro Municipal de Niterói com curadoria de Teca Nicolau fez uma linda exposição que foi uma homenagem ao centenário do Palhaço Carequinha. No dia da inauguração apareceram pessoas que com ele trabalharam e toda a família. Posteriormente não me recordo se SESC ou SENAI de Niterói ou São Gonçalo também fizeram uma grande exposição com seus pertences enaltecendo os 100 anos do palhaço, sua neta Stephanie Savalla fez palestras para crianças sobre ele, também esteve na câmara recebendo e homenagens ao palhaço, a Escola de samba Porto da Pedra levou para a Avenida este ano exatamente os 100 anos do Palhaço Carequinha. Stephanie Savalla poderá ser encontrada no facebook, ela poderá dizer exatamente quais foram as homenagens que ele recebeu.

  7. Esse é o nosso Brasil. Memória curta. Vaga lembrança.
    Estes são nossos políticos, a única coisa que se interessam são as benesses pessoais.
    Se fosse para aumentar o salário de Prefeito e vereadores, com certeza correriam com o projeto

  8. A Sociedade Fluminense de Fotografia realizou uma homenagem, amplamente divulgado pela mídia, ao Palhaço Carequinha com uma exposição fotográfica com 20 belas fotos de um makeoff por mim realizado em uma das suas últimas apresentações em publico.
    Theo Erthal.

  9. Quanto Niterói ignorar os 100 anos de Carequinha, isso é normal. “Niterói” nem lembra mais q tem moradores …

  10. Carequinha. O 1º e melhor espetáculo que já assisti! A arte de fazer rir com doçura, é para poucos! Há certas pessoas que são insubstituíveis. Uma delas é Carequinha! por onde a alma dele passar alegrias há de deixar!
    .
    SMDS

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