Desde cedo acabou a tranquilidade dos moradores da pacata Rua Lara Vilela, no Ingá, por conta de uma palestra que o deputado federal Jair Bolsonaro e seu filho, deputado estadual Flavio Bolsonaro, fariam à noite, no Clube Português de Niterói. Os muros do clube amanheceram pichados com frases contra o parlamentar e na hora do evento simpatizantes de movimentos LGBT e de esquerda ficaram na porta gritando palavras de ordem tentando impedir o acesso dos convidados.
Na chegada dos Bolsonaro, soldados da Polícia Militar dispersaram com gás de pimenta o grupo que queria impedir a entrada do carro do deputado. Convidado, o comandante do 12° Batalhão da PM, coronel Fernando Salema, também participou da palestra sobre segurança pública organizada por um candidato a vereador pelo PSC, que pagou o aluguel do salão do clube por R$ 12 mil.
Bolsonaro atraiu um grande número de correligionários que lotaram a plateia, com muita gente também em pé. Na rua, protestando contra o deputado, uma das líderes do Movimento Mulheres em Luta em Niterói, Danielle Sampaio, afirmou que “Bolsonaro representa o que tem de pior na política brasileira”.
No clube, o deputado Jair Bolsonaro disse que os protestos eram apenas o pensamento de intolerantes. “Se eles pensam desse jeito, devem respeitar quem não pensa igual a eles. Recebi o convite para vir a Niterói e o que aconteceu lá fora, só me mostra que estou no caminho certo”, afirmou.
O comandante do 12º BPM, Fernando Salema, por sua vez, ponderou que “todos têm o direito de se manifestar, desde que seja com ordem”.