Quem passa pela porta do posto de saúde da Ilha da Conceição vê uma fachada pintada com as cores da atual gestão da prefeitura de Niterói. Mas como diz o ditado, se “por fora é bela viola, por dentro o pão é bolorento”. Infiltrações em quase todas as salas do posto do Médico de Família mostram paredes tomadas pelo mofo, criando um ambiente insalubre, ainda mais para os fins a que se destina o prédio.
Placas de gesso pendem do teto do posto de saúde que tem o nome pomposo de “Clínica Comunitária da Família da Ilha da Conceição”. Conta com consultório médico, ginecológico e odontológico, salas de coleta de sangue, vacina e curativo. Porém, médicos, funcionários e pacientes são obrigados a conviver com a situação de abandono. Quando chove, a água desce pelas luminárias, podendo acarretar grave acidente elétrico.
Se a realidade do posto da Ilha da Conceição é semelhante à de um pão mofado, para o prefeito Axel Grael ele é “bela viola”. Em maio, o prefeito vistoriou o que seriam obras de reforma que incluiriam “revestimento de piso e parede, acabamento, reforma do telhado, cobertura da parte externa, instalação de piso tátil fora e dentro da unidade e reforma da rampa”.
A unidade, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, presta atendimento a cerca de 6.500 pessoas. O Médico de Família da Ilha da Conceição conta com três equipes com médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde.
A prefeitura de Niterói não divulga o custo da obra do posto médico da Ilha da Conceição. Mas em novembro de 2019 o ex-prefeito Rodrigo Neves contratou a A.S. Espindola Construções e Reformas, pagando mais de R$ 156 mil, para a empreiteira “executar obras de acessibilidade” nessa clínica e em mais nove postos do Médico de Família (do Preventório, Badu, Morro do Estado, Santa Bárbara, Baldeador, Várzea das Moças, Jurujuba, Nova Brasília e Engenho do Mato).