Ledio Maia, 83 anos, diretor do Hospital São Lucas, é mais uma vítima da Covid-19. Ele se junta àqueles da área de saúde que, por continuar tentando salvar vidas, acabam vitimados pelo coronavírus. Ele estava internado há 23 dias em seu hospital e será sepultado nesta segunda-feira (08/02), às 14h, no cemitério Parque da Colina.
Seu amor pela sonhada carreira era tão grande, que desde seu ingresso na Faculdade de Medicina, não deixou de usar o tempo todo o uniforme e o sapato branco. Dizia que o doutor tem que ser identificado na rua e estar pronto para entrar em ação numa emergência.
No quarto ano, Ledio passou a se interessar pela ortopedia. Atuou como auxiliar acadêmico nos hospitais Antônio Pedro e Anchieta, no Caju, sob a orientação do famoso mestre Dagmar Chaves, catedrático da UFRJ e da UFF, onde diplomou-se em 1958.
Ledio Maia, com os irmãos Fábio e Cesar Mathias, Florentino de Barros e Paulo Maria da Silveira, colegas de turma, todos de origem humilde, inauguraram o Centro Ortopédico São Lucas, em 1962. Era o primeiro nessa especialidade no Estado do Rio. Funcionava na Rua Presidente Pedreira, no Ingá.
Os cinco médicos tornaram a instituição referência no tratamento de doenças e deformidades do aparelho locomotor, ossos, músculos, ligamentos e articulações. Sua residência médica formou gerações de grandes profissionais da ortopedia.
Com a cara e a coragem, mas muita prática em ossos e traumas, essa turma de jovens ortopedistas trouxe cinco anos depois para a sociedade outra grande figura, o competente Carlos Augusto Bittencourt Silva, de tradicional família niteroiense. A Clínica se transferiu, então, para a Avenida Roberto Silveira.
Ledio era membro das Sociedades Brasileiras de Ortopedia e Traumatologia e da Latino-Americano. Com bagagem e conhecimento, orgulhava-se de ter sido professor da UFF e diretor do Hospital Anchieta, no Caju. Neste duplicou o número de leitos e criou o serviço de apoio e assistência aos atletas de todas as modalidades esportivas.
Ledio também se preocupava com o lado social. Montou e dirigiu por anos um Serviço de Odontologia e Assistência Médica para crianças na Viradouro. Funcionava na quadra da escola de samba, no Barreto. A iniciativa foi premiada pelo Conselho Federal de Odontologia.
Ele deixa viúva a professora Ana Maria Abi Ramia. Obrigado doutor, descanse em paz.
MEU grande a.igo e professot
Que triste! Mais um excelente médico que nos deixa! Sempre tão competente e solícito nos atendimentos. Meus sentimentos à família!
É muito triste receber uma notícia dessa de uma pessoa que amamos,foi meu professor no Internato e na Residência Médica no Hospital Anchieta.Deus o convocou para atender Ortopedia lá no Céu coisa que ele sempre gostou de fazer.🙏😘
A gente sabe que a morte é inevitável, Mas não a aceita com facilidade. Me vejo, agora, não aceitando a morte do meu querido Ledio, com quem convivi na nossa juventude; no Clube Central e na Leiteria Brasil (o Gilson Monteiro estava lá). Só me resta, agora, também dizer: “descanse em paz”. E deixe seus exemplos como lições para as novas gerações de médicos.
Fiquei muito triste com o falecimento desse ser humano maravilhoso e amigo Dr Ledio!
Sempre muito atencioso com os seus pacientes.
Dr Ledio deixara muitas saudades!
Meus sentimentos aos familiares e amigos!