O Conservatório de Música de Niterói, depois de 120 dias fechado, volta com a corda toda, para alegria de seus 200 alunos. O casarão da Rua São Pedro 96, no Jardim São João, está reabrindo as portas para aulas presenciais.
A diretora Isadora Viana, 36 anos, faz parte de uma família que há mais de meio século segura a batuta na casa centenária com maestria, sucedendo a duas pianistas: sua tia avó Raymunda Viana, que comandou o Conservatório por 30 anos; e a avó Ruth Viana, por 21 anos.
– Além das aulas presenciais de instrumentos de corda, sopro, tecla, percussão e canto, vamos manter as aulas online para os que preferirem continuar estudando de casa – diz Isadora.
Acompanhando a avó desde os seis anos, quando começou a estudar flauta, via como era difícil administrar a cultura e a luta permanente para que a casa oferecesse um ensino de qualidade.
Prédio tombado
– Resolvi estudar e me formar em administração de empresas, para dar continuidade aos esforços dos meus antepassados com uma visão mais profissionalizante, mas colocando sempre a música em primeiro lugar. Nossa maior dificuldade e preocupação é com a manutenção e reforma desse casarão tombado, para preservar os seus mínimos detalhes originais – afirma a diretora do Conservatório.
Tombado em maio de 1992 como patrimônio cultural de Niterói, o prédio do Conservatório de Música é, segundo a Lei n° 1.066/92, “uma das mais significativas edificações residenciais do Jardim São João. Sua arquitetura é bastante representativa do primeiro quartel do século XX na área urbana central”.
A descrição do imóvel é a de uma edificação com dois pavimentos sobre porão alto, que “apresenta influência romântica inglesa, com seu telhado de ardósia, beiral de madeira sustentado por pequenas mãos francesas, e mansarda circular com óculo. Possui ainda uma varanda de quina, com degraus de mármore e guarda-corpo, coberta por uma estrutura metálica semicircular. O terreno é circundado por muro com gradil metálico com delicados desenhos.”
Adoro o Conservatório, estudei violão lá e guardo com bastante carinho todos os momentos que passei lá. Viva o CMN!