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Martha Rocha nasceu na Bahia, morou no Rio e escolheu Niterói no fim da vida

Escrito por Gilson Monteiro às 15:20 do dia 6 de julho de 2020
Sobre: Beleza eterna
  • Martha Rocha
06jul
Martha Rocha

Martha Rocha, a eterna Miss Brasil

A baiana Martha Rocha, símbolo da beleza do Brasil (que por duas polegadas deixou de ser do Mundo), escolheu Niterói para passar seus últimos momentos de vida. Quiz o destino que o Cemitério do Santíssimo Sacramento, no Barreto, fosse sua última morada, merecendo ela uma homenagem digna da ex-capital fluminense, que tanto gostava e prestigiava.

Martha Rocha

Chegada triunfal de Martha Rocha ao Clube Central, em Icaraí / Foto: Carlos Ruas

Sempre que pode, curtiu o lado de cá da Baía de Guanabara, chegando muitas vezes ao Hotel Samanguaiá pela baía de Guanabara, em potentes iates.  Em outras ocasiões vinha na barca da canteira para prestigiar alguma festa no Clube Central. Em 1970 atravessou de carro pela balsa, para ser madrinha de casamento do empresário e jogador de basquete do Flamengo, José Luiz Coimbra de Melo, (Iso) com Elisabeth.

Martha Rocha

Martha Rocha (a esq no alto) no casamento de Iso com Elizabeth em Niterói

Nesse dia, mostrou que tinha elegância e charme ao subir os muitos degraus do Santuário das Almas, na Álvares de Azevedo. De salto alto e com um lindo vestido longo, parou a igreja antes de a noiva chegar.

Com um sorriso cativante ao lado do marido Ronaldo Xavier de Lima, fez questão de circular pelas mesas do salão de festas do templo, para alegria dos convidados niteroienses. Ficou até o fim, para dar carona aos afilhados que iam passar a lua de mel num hotel na Zona Sul do Rio.

Com seus lindos olhos verdes e cativantes, levou uma vida glamourosa e de luxo, sem nunca perder a simpatia e a humildade.

Casou-se duas vezes com homens ricos. O primeiro matrimônio  foi com o banqueiro português Álvaro Piano, dono da famosa casa de câmbio Piano. Ele morreu de desastre aéreo, deixando Martha com dois filhos.

Depois o casamento foi com Ronaldo Xavier de Lima, dono da Seguradora Excelsior, na igreja da Candelária. A cerimônia parou o Rio. O presidente Juscelino Kubitscheck foi padrinho dessa união que gerou uma filha.

Mais tarde, já separada do segundo marido, foi morar em São Paulo, com outro ricaço, o ex-governador Paulo Egídio Martins.

Na velhice, enfrentou um final de vida com muita dificuldade. Pintava quadros para vender, tendo ido morar com uma amiga em Volta Redonda.

Com plano de saúde Unimed, no ano passado ficou mais de um mês internada no Hospital do Ingá.

Agora abrigada na Casa de Repouso Carol Caminha, na Silvestre Rocha 71, Vital Brasil, ali sofreu um infarto no último sábado.

Só depois de sua morte, todo mundo ficou sabendo do sofrimento e da situação de penúria que vivia essa linda mulher que estampou as principais capas de revistas e jornais, frequentou palácios e mansões, hospedou-se nos mais luxuosos hotéis nas capitais de todos os continentes. Que tenha agora o descanso eterno nos braços de Deus e de Nosso Senhor do Bonfim. Amém.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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